Ex-ministros que tentam reeleição ao Congresso aumentam patrimônio em até 77%

Quatro ex-ministros do governo de Jair Bolsonaro (PL) que tentarão a reeleição para o Congresso Nacional neste ano declararam ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aumento de patrimônio desde 2018.

Flávia Arruda (PL-DF), Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG), Osmar Terra (MDB-RS) e Tereza Cristina (PP-MS) são candidatos ao Legislativo. Flávia e Tereza atualmente são deputadas, mas buscam permanecer no Parlamento concorrendo ao Senado Federal. Os demais ex-ministros, também deputados, buscam reeleição ao mesmo cargo que ocupam hoje.

Segundo levantamento feito pelo Metrópoles, com base em informações prestadas pelos candidatos à Justiça Eleitoral, a maior variação de valores foi apresentada por Osmar Terra, que teve aumento de 77,49% entre 2018 e 2022.

Quando eleito, em 2018, o patrimônio do parlamentar era de R$ 48.938,68. Em 2022, foram declarados à Justiça Eleitoral R$ 217.395,56 em bens, o que representa crescimento quatro vezes maior do que o declarado no primeiro ano.

O emedebista comandou o Ministério da Cidadania por pouco mais de um ano. Depois de deixar o primeiro escalão de Bolsonaro, Osmar Terra reassumiu as atividades parlamentares.

Marcelo Álvaro Antônio, ex-ministro do Turismo e acusado de estar envolvido em esquema de candidaturas laranjas nas eleições de 2018, declarou patrimônio de R$ 1.196.659,60 para concorrer ao pleito deste ano – aumento de 35,39% em relação há quatro anos, quando registrou R$ 773.125,00 na Justiça Eleitoral.

Procurado, o candidato afirmou que a diferença nos valores declarados “está relacionada com uma herança recebida”. Ele ressaltou que, de acordo com a legislação, a variação “não configura como aumento de patrimônio”.

Indicada para o governo pelo Centrão, a ex-ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, tenta conquistar uma vaga no Senado Federal nas eleições deste ano. Quando eleita deputada federal, em 2018, a política declarou um total de R$ 774.926,00 em patrimônio. Neste ano, o aumento foi de 25,82%, chegando ao valor de R$ 1.044.707,89 em bens declarados.

Já Tereza Cristina, assim como Flávia Arruda, tenta uma vaga no Senado para continuar no parlamento. Quando a campanha de Jair Bolsonaro ainda definia quem comporia a chapa da reeleição como vice, a ex-ministra da Agricultura chegou a ser cotada. Ela, no entanto, expressou ao atual chefe do Executivo federal o desejo de se lançar senadora pelo estado do Mato Grosso do Sul.

A candidata foi a ex-ministra que menos registrou crescimento em bens declarados à Justiça Eleitoral – 9,12% entre 2018 e 2022. No primeiro ano, Tereza Cristina tinha um patrimônio de R$ 5.160.215,36. Atualmente, o valor é de R$ 5.677.998,97.

O Metrópoles entrou em contato com Flávia Arruda, Osmar Terra e Tereza Cristina, mas não teve retorno dos candidatos até a publicação desta reportagem. O Metrópoles e a redação do 67News deixa espaço aberto para eventuais manifestações.

Fonte: Metrópoles