Operação do Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual (Gaeco), em conjunto com a Polícia Civil, prendeu na tarde desta quarta-feira (05) os vereadores Pedro Pepa (DEM), Idenor Machado (PSDB), Cirilo Ramão (MDB), além do ex-vereador Dirceu Longhi (PT) e do ex-servidor da Câmara, Amilton Salinas.
Intitulada Cifra Negra, a operação é de autoria conjunta da 16ª Promotoria de Justiça de Dourados, representada pelo Promotor de Justiça Ricardo Rotunno, e da 2ª Delegacia de Polícia também de Dourados, representada pelo Delegado de Polícia Francis Flávio Tadano Araújo Freire.
A operação, originada como desdobramento de duas operações anteriores: Operação Telhado de Vidro e Operação Argonautas, investiga “crimes do colarinho branco”, tais como fraude à licitação e corrupção ativa e passiva, que, conforme fortes indícios, ocorrem no âmbito da Câmara Municipal de Dourados há pelo menos oito anos.
Em síntese, foi apurado que, em diversos processos licitatórios, apresentavam-se como concorrentes sempre empresas “cartas marcadas”, as quais que atuavam em conluio, algumas delas, inclusive, existiam apenas no papel, com o mero intuito de simular uma concorrência leal nas licitações. Sem a devida concorrência, os valores dos contratos oriundos destes processos se faziam exorbitantes.
Para garantir que o esquema se perpetuasse, as empresas repassavam valores mensais, isto é, “propinas”, a servidores públicos, dentre eles os membros da Mesa Diretora da Câmara da época.
A decisão que decretou as prisões preventivas e a expedição dos mandados de busca e apreensão, com cumprimentos na cidade de Dourados e Campo Grande, dentre outras medidas investigativas, foi proferida pelo Juiz titular da 1ª Vara Criminal da Comarca de Dourados, Luiz Alberto de Moura Filho.
Computa-se o total de 10 mandados de prisão e um mandado de busca e apreensão expedidos nesta operação.