A médica Anahi Duarte, paulista de 37 anos, jamais imaginava que após a tão sonhada graduação em medicina acabaria sendo obrigada a viver de miojo e sardinha por falta de pagamento.
Há 60 dias ela chegou em Dourados vinda do Paraguai, onde se formou e atuava.
Desde que começou a trabalhar, no Posto de Saúde do Jardim Carisma, Anahi não recebe a bolsa do programa Mais Médicos, pelo qual é contratada.
Ela veio substituir um médico cubano que deixou o cargo no final do ano passado. Sem dinheiro nem mesmo para pagar a gasolina, Anahi agora conta com a solidariedade dos colegas de trabalho.
Nesta manhã, relatou que graças ao cuidado da coordenadora da unidade de saúde, uma cesta básica garantiu a mudança no cardápio este mês.
Atualmente ela conta apenas com a ajuda de custo da Prefeitura de Dourados, valor referente a R$ 2400,00.
Paga aluguel, água, luz e alimentação. Para ir trabalhar a profissional conta com um motorista cedido pelo Município, já que neste mês o valor destinado ao combustível precisou ser remanejado para outro compromisso financeiro.
Em casa, disse não ter nem geladeira e fogão.
“Esperava comprar minhas coisas com meu primeiro pagamento. Vim sem nada para cá”.
Anahi se formou em 2011 no Paraguai e atuava no país vizinho. Após ser selecionada pelo Programa Mais Médicos do Governo Federal, ela não imaginava que o sonho se tornaria um verdadeiro pesadelo.
“Nunca imaginei passar por isso. Estudei e me preparei para salvar as pessoas. Enxergo isso como total falta de respeito”, desabafou.
O QUE DIZ O GOVERNO
Conforme apurado pelo Dourados News buscando contato com o Ministério da Saúde.
Segundo a assessoria de imprensa a demanda só seria recebida após o horário de almoço da área responsável, às 13h (horário de MS).
A equipe se comprometeu a encaminhar o posicionamento ao jornal online, mas sem previsão de horário pois dependeria do retorno dos responsáveis.