Campo Grande (MS) – Um dos mais antigos meios de comunicação de massa no mundo, o rádio é hoje personagem principal de projetos educacionais em Mato Grosso do Sul. No ar, as estações escolares já formaram até casal de namorados e estão fazendo os alunos adotarem responsabilidade e comprometimento como lema de vida. Fazer parte da equipe que dá voz ao Projeto, não é brincadeira, ressaltam os estudantes; “é preciso andar na linha”.
Em visita à EE Emygdio Campos Widal, no bairro Vilas Boas, em Campo Grande, é notório o empenho da turma; que se divide em funções estratégicas no Projeto. “Tem que andar na linha, ter responsabilidade, ter postura e boas notas. Uma maçã podre contamina todo o barril. Sabemos que para fazer parte da equipe não podemos ter uma má postura. Se um de nós fizer algo de errado, isso vai prejudicar a imagem de todos”, ressalta o estudante Mateus Piemonte, 17 anos, aluno do 2° ano do Ensino Médio.
Os alunos lembram que, recentemente, um dos estudantes que participava do Projeto precisou se retirar, já que estava descumprindo as regras internas da escola. Na conversa com os alunos, é fácil perceber que o programa incentiva de forma ímpar valores como ética profissional e comprometimento.
Microfone na mão e música tocando não é para eles motivo de bagunça. “Além de andar na linha, temos a responsabilidade de assumir nossas funções. Cada um tem uma função, temos horários específicos e respeitamos muito isso”, explica o aluno de 15 anos, Gabriel Caetano, cursando também o 2° ano.
“Criamos responsabilidade com esse Projeto. O aluno que participa também começa a se interessar mais sobre sua função e coloca em prática aquilo que pesquisa nas horas vagas”, conta a coordenadora do Projeto, Nathalia Fanai, de 16 anos, aluna do 2° ano.
Ingressar na rádio, segundo Igor França, de 17 anos, faz com que os estudantes tenham acesso a diversos tipos de informação. “Mesmo fora da escola, a gente acaba indo atrás daquilo que executamos na rádio e vamos nos aprofundando. E isso pode nos distrair de coisas ruins, muitas vezes. E também faz a gente aprender coisas novas”, afirma.
Outro estudante faz questão de lembrar que as boas notas são quase um requisito para participar. “Se o aluno fica com muitas notas baixas é bom que ele foque nos estudos e, por isso, não participa da rádio. Então, de alguma forma, a rádio afasta a má postura e as notas baixas”, explica Rafael Tales, de 16 anos, estudande do 2° ano.
É unanimidade entre os alunos que o Ensino Integral proporciona melhor desenvolvimento e qualidade no aprendizado. Também em concordância, o grupo da rádio faz questão de ressaltar que o Projeto é capaz de despertar profissões e unir os estudantes. “Temos um vínculo de amizade bem grande. Somos uma família”, diz Gabriel Garcia, de 15 anos, cursando o 2° ano.
“Comecei a me interessar pelo rádio como uma opção de trabalho. Já fui inclusive coordenadora do Projeto na EE Múcio Teixeira. Não sei se vou seguir essa profissão, mas vejo isso como um suporte para meu primeiro emprego”, conta a menina de 15 anos, Maria Eduarda Aguilera, do 2° ano do Ensino Médio.