O senador Nelsinho Trad (PSD/MS) propõe, como presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, audiência pública no Senado para discutir a Rota Bioceânica.
A data deverá ser definida nas próximas semanas.
“É um projeto que nós vamos priorizar o debate, já estamos tabulando uma audiência pública, convidando as autoridades que fazem parte da rota”, disse o senador, em entrevista à ‘TV Senado’.
Segundo o senador Nelsinho Trad, esse projeto é estratégico ao Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
O parlamentar sul-mato-grossense pode dialogar sobre o corredor bioceânico com o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, em visita recente ao Brasil, durante almoço na Presidência da República.
“O presidente do Paraguai concorda e apoia o projeto que vai garantir ao Paraguai acesso aos dois oceanos Atlântico e Pacífico. O corredor melhorará a infraestrutura e integrará a região do “Chaco” ao resto do país”, explicou Nelsinho.
Em relação ao Brasil, segundo o senador, o presidente Jair Bolsonaro manifestou interesse em construir duas pontes, em seu discurso na inauguração de obras da Itaipu, para dar andamento ao projeto que representa o desenvolvimento econômico ao País.
“A rota vai encurtar 7.200 km marítimos de distância, será vantajoso para o Brasil nas transações de agronegócios. A obra é o que faltava para permitir escoar a produção agrícola num caminho menor”, destacou o senador.
A proposta favorece principalmente Mato Grosso do Sul que terá acesso rodoviário ao Oceano Pacífico com a construção de ponte sobre o Rio Paraguai ligando Porto Murtinho a Carmelo Peralta, no Paraguai.
Além da ponte sobre o Rio Paraguai, em Porto Murtinho, será necessária outra travessia no Rio Paraná, em Foz do Iguaçu.
De acordo com os dois países, Brasil e Paraguai, serão custeados por ambos por meio da Itaipu Binacional.
O custo estimado da obra seria de R$ 1 bilhão e a construção seria concluída em até três anos. “Percebo a urgência de colocar o projeto dessa magnitude para acontecer, teremos um Brasil antes e outro depois da rota”, comparou o senador.
O senador esclarece que, além de fomentar o agronegócio em Mato Grosso do Sul, com saída para o Pacífico, haverá possibilidades de preços mais competitivos no mercado.
No Chile, com a rota, deverá incrementar o comércio com os países da região, consolidando o país como importante plataforma logística. Já, na Argentina, será o fortalecimento da implementação do Plano Belgrano, que prevê investimentos em infraestrutura da ordem de US$ 15 bilhões, na medida em que cruza as Províncias de Salta e Jujuy.
“Com esse corredor, teremos conexão rodoviária entre Mato Grosso do Sul e o Pacífico e a interação entre os setores empresariais dos quatro países: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.”