A comissão processante instaurada na Câmara de Dourados voltou atrás em seu próprio relatório e absolveu Idenor Machado (PSDB) da acusação de quebra de decoro parlamentar.
Com a manobra, o tucano se livrou de ter o mandato cassado e o pedido foi arquivado definitivamente.
Outros dois vereadores alvos da Operação Cifra Negra – que investigou suposto pagamento de propina ao grupo em troca de favorecimento a empresas do ramo de tecnologia de informação em contratos firmados com a Câmara – também conseguiram preservar o mandato.
Mesmo antes da sessão que o livrou da cassação, a defesa de Idenor já havia apontado tratamento diferenciado em recurso impetrado à comissão.
Ela argumentava que já que Cirilo Ramão (MDB) e Pedro Pepa (DEM) se livraram da acusação de quebra de decoro, o mesmo deveria acontecer com o tucano.
A defesa também deixou claro que não descartava apelar à Justiça para garantir o mandato de Idenor.
Na sessão, no entanto, a denúncia contra o ex-presidente da Casa foi arquivada por seis votos contrários, dos mesmos parlamentares que salvaram Cirilo e Pepa.
Mesmo com o arquivamento, os três ainda estão impedidos de reaver o cargo, por força de ordem judicial.
Até o próprio relator do processo, Junior Rodrigues (PR), – que havia recomendado a cassação – votou pelo arquivamento.
Ele também é alvo de pedido de cassação. Correligionário, o presidente da comissão, Jânio Miguel, o acompanhou. Bebeto (PR), Carlito do Gás (Patriota), Juarez de Oliveira (MDB) e Maurício Lemes (PSB) o somaram-se aos dois.
Dos quatro pedidos de cassação protocolados na Câmara, somente Denize Portolann (PR) não teve a mesma sorte e perdeu o mandato.
Ela foi alvo da Operação Pregão, que apurou fraude em licitações na prefeitura de Dourados.