Acusado de assédio sexual por alunas diz que demissão foi ‘abusada e ilegal’

Após a sua demissão, nesta quarta-feira (3) depois de vir à tona caso de assédio sexual contra alunas de uma escola particular de Campo Grande, o professor de redação disse achar ‘abusada e ilegal’ a sua expulsão da instituição de ensino.

Em nota divulgada, ele afirmou ser um profissional admirado pelos alunos e que não acredita que as alunas o tenham denunciado pelo crime de assédio sexual, já que este tipo de conduta não faz parte de seu convívio com os alunos da escola.

Em outro trecho da nota divulgada pelo advogado do professor, André Borges, ele diz que a demissão foi abusada e ilegal, já que se deu antes de qualquer apuração prévia feita, causando grande prejuízo.

Confira a nota na íntegra:

“Professor recebeu a notícia com bastante surpresa, porque a conduta denunciada jamais fez parte do seu convívio com alunas em geral”.   “Tem uma longa história de vida, sendo admirado por ser um dos mais destacados professores de redação da cidade, jamais tendo respondido a qualquer apuração sobre esse tipo de assunto”.

“Respeita e considera demais seus alunos e alunas, custando a acreditar que elas tenham mesmo apresentado essas versões sobre o assunto”. “Demissão foi um ato impensado, abusado e ilegal, porque se deu antes de absolutamente qualquer apuração prévia, sendo causador de enorme prejuízo, que terá consequências”.  “Hoje de manhã já se colocou à inteira disposição da autoridade policial, para ser ouvido, visando tudo esclarecer”

Denúncias

As denúncias sobre o assédio cometido pelo professor teriam sido feitas por quatro alunas, que prestaram depoimento netsa quarta-feira (3), na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), onde relataram para a delegada Franciele Candotti, que o professor as abordava de maneira indevida, usando palavras depreciativas, as chamando de ‘delicinha’ ou ‘gostosinha’.

Nesta terça-feira (2) quando o professor entrou em sala, mais de 15 meninas saíram em forma de protesto e sentaram no pátio. “É um absurdo porque ligamos lá e os funcionários falam que não sabem de nada”, contou a mãe de uma aluna. 

A princípio, o professor teria familiares atuando na direção do colégio, mas o fato não foi confirmado.

Demissão

Após os fatos virem à tona, o professor acabou sendo demitido. Uma coordenadora pedagógica, que teria recebido as denúncias de assédio por parte das estudantes de aproximadamente 16 anos e não tomado providências, também foi demitida pela unidade.

A delegada Franciele Candotti, da Depca, informou que o inquérito policial foi aberto há cerca de um mês.

Tipificação do crime

Esses casos são tratados como assédio sexual, crime previsto no Artigo 216 do Código Penal “Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função”. A pena é de detenção de um a dois anos.