Em depoimento na tarde de terça-feira (31), cinco dos sete acusados de matar e decapitar John Hudson dos Santos Marques, de 27 anos, negaram fazer parte do PCC e afirmaram que a vítima morreu em acerto porque anos antes, teria matado o primo de Gabriel Silva Rondon, de 19 anos, um dos autores que confessou participação no Crime.
Ao juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Gabriel assumiu ter participado do crime e confessou ter dono do revólver calibre 38 que usou para atirar nas costas de John.
De acordo com o réu, no dia do crime ele e amigos foram até a casa da vítima para comprar drogas e, por coincidência, reconheceu o jovem como o responsável pela morte do primo. Foi aí, segundo ele, que veio a ideia de se vingar e matar o rapaz.
Eloinai Oliveira Emiliano também assumiu ter participado do assassinato e afirmou ter dado um tiro e ser o responsável por decapitar o jovem.
Maicon Ferreira dos Santos disse que dirigiu o carro que os autores usaram para levar John até o lugar em que foi morto. Todos os outros envolvidos negaram ligação com o crime.
Em depoimento Mackson Ferreira dos Santos afirmou que estava no interior do Estado vendendo tapetes no dia em que o crime aconteceu e disse que é dono da casa onde, segundo o Ministério Público, a vítima foi julgada e sentenciada a morte, no entanto, o acusado nega que tivesse conhecimento sobre a execução.
Tiago Rodrigues de Souza também negou envolvimento e disse que não conhece nenhum dos acusados.
De acordo com ele, a única justificativa para sua prisão foi uma foto publicada nas redes sociais no ano de 2010 onde ele aparece com o revólver usado para matar John.
A próxima audiência do caso está marcada para o dia 16 de agosto e, por videoconferência, serão ouvidos Wellington Felipe dos Santos Silva e Leonardo Caio dos Santos Costa, que estão presos em Dois Irmãos do Buriti.
Conforme denúncia do Ministério Público, todos os acusados fazem parte do PCC e teriam sequestrado e matado John Hudson depois de submetê-lo ao ‘tribunal do crime’.
O jovem foi sentenciado à morte porque tinha ligação com a facção rival, o Comando Vermelho.
Relembre o caso
Desaparecido desde o dia 14 de fevereiro no Bairro Zé Pereira, em Campo Grande, John Hudson dos Santos Marques, de 27 anos, foi encontrado decapitado no dia 22 do mesmo mês, em uma estrada vicinal entre o distrito de Indubrasil e Terenos.
No entanto, a confirmação veio apenas nesta sexta-feira (9) depois de equipe que conduz a investigação prender um jovem de 19 anos, que confessou ter participado e indicou o lugar onde o crime aconteceu.
No local, os policiais descobriram que o corpo já havia sido encontrado e levado por equipe da Polícia Civil de Terenos.
Para a polícia o jovem afirmou que depois de ser sequestrado, Jhon passou por interrogatório que durou algumas horas, e após isso veio a ordem para que ele fosse morto.
Então, os suspeitos levaram a vítima até uma estrada vicinal entre o distrito de Indubrasil e a cidade de Terenos. Lá, ele teria levado dois tiros e em seguida, decapitado com uma faca.
Nesta sexta-feira, equipe de investigação foi até o local onde o corpo foi deixado e encontrou uma caixa de luvas descartáveis.
Sem encontrar o corpo, pediram informações a um morador, e foram informados que manhã do dia 22 de fevereiro, uma semana depois do desaparecimento da vítima, populares encontraram um corpo decapitado e acionaram a polícia.
Em fevereiro, o Jornal Midiamax apurou que uma imagem que mostraria o jovem decapitado chegou até amigo da família.
A pessoa foi quem levou a situação ao conhecimento de parentes de John, que procuraram a polícia. O corpo que aparece na foto foi identificado por parentes e pela polícia como sendo do jovem desaparecido.
O desaparecimento
John estava em casa com sua namorada, quando disse que iria para frente da residência fumar um cigarro e desde então desapareceu.
Ele saiu apenas com celular e sem documentos. No momento do desaparecimento estava sem camisa, usava bermuda jeans e chinelo na cor azul.
Após meia hora de seu desaparecimento, três homens desconhecidos foram até a sua residência e perguntaram por ele.
Fonte: Clayton Neves