O advogado do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, Eumar Novacki, negou a possibilidade de delação premiada do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL). A defesa de Torres realizou uma coletiva, nesta sexta-feira (12/5), após Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), conceder a liberdade provisória ao ex-secretário. Acusado de omissão e conivência nos atos golpistas de 8 de janeiro, ele estava preso há quase quatro meses.
Moraes determinou a soltura de Torres após Novacki reiterar, em 2 e 4 de maio, o pedido de “revogação da prisão preventiva” ou de, “ao menos, substituí-la por uma das cautelares elencadas no art. 319 do CPP ou pela prisão domiciliar”.
O ministro do STF atendeu ao pedido, mas determinou que Torres siga medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Além de ter sido afastado do cargo que ocupa na Polícia Federal, o ex-secretário está proibido de deixar o Distrito Federal, manter contato com os demais investigados e usar redes sociais. O descumprimento de qualquer uma das medidas alternativas implicará a revogação da soltura e a consequente decretação da prisão.
“As razões para a manutenção da medida cautelar extrema em relação a Anderson Gustavo Torres cessaram, pois a necessária compatibilização entre a Justiça Penal e o direito de liberdade demonstra que a eficácia da prisão preventiva já alcançou sua finalidade, com a efetiva realização de novas diligências policiais, que se encontravam pendentes em 20/4/2023”, alegou Moraes na decisão.
Torres estava preso há quatro meses devido a investigações sobre possíveis omissões de autoridades durante os atos golpistas ocorridos em Brasília, no dia 8 de janeiro. Ele chefiava a Segurança Pública do DF quando ocorreram as invasões nas sedes do Congresso, STF e Palácio do Planalto. Na ocasião, porém, ele viajava aos Estados Unidos.
Torres medicado
Novacki relatou que Anderson Torres está medicado em casa para “recuperar o equilíbrio psíquico, ajudar a defesa e manter o espírito”.
O advogado de Torres também afirmou que o seu cliente entregou as senhas do celular à Polícia Federal (PF), como pedido pelo Supremo Tribunal Federal. Os investigadores não teriam conseguido o acesso porque as senhas estariam erradas. No entanto, Novacki negou que isso tenha ocorrido. Segundo ele, houve uma “falha técnica”.
Fonte: Metrópoles