Após reunião da ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e o administrador-geral de Aduanas da China, Ni Yuefeng, o Brasil tem expectativa de 78 frigoríficos receberem autorização para exportar ao mercado chinês.
Na reunião, em Pequim, ficou fechado que, dentro de uma semana, a equipe do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento irá encaminhar às autoridades chinesas informações finais sobre os estabelecimentos (carnes bovina, suína e de aves), já que os formulários preenchidos pelas empresas estão sendo revisados pelo Mapa.
“Estamos preparados para ampliar a nossa oferta de proteína animal com qualidade ao mercado chinês sem deixar de cumprir os requisitos sanitários previstos no nosso protocolo bilateral”, disse a ministra.
Habilitação contínua
Os dois países também irão estudar processo contínuo de habilitação das empresas, principalmente do setor de carnes.
A delegação chinesa pediu agilidade na resolução de pendências dos registros para exportação de pescados e pera. Em troca, o Brasil quer vender melão.
“Quero aumentar substancialmente a confiança mútua nos nossos respectivos sistemas sanitários de inspeção e de quarentena para que novas habilitações de estabelecimentos ocorram de maneira célere e simplificada no futuro”, acrescentou Tereza Cristina.
Ni Yuefeng informou que, no segundo semestre, um comissário virá ao Brasil para trabalhar constantemente com o governo federal e empresas nas questões sanitárias e de quarentena.
O comissário ficará na embaixada chinesa para facilitar a diálogo com a equipe do ministério.
Em visita em 2018, técnicos chineses vistoriaram 11 frigoríficos – um foi reprovado e dez tiveram de fornecer informações adicionais.
Para o encontro em Pequim, solicitaram ao Brasil a lista dos estabelecimentos autorizados a vender para a União Europeia, que totalizam 33.
Além dessa lista, a comitiva brasileira levou dados sobre estabelecimentos inspecionados, mas que não são habilitados para a União Europeia; lista de produtores de suínos habilitados para outros mercados exigentes como Estados Unidos e Japão e produtores de bovinos, aves e asininos habilitados para outros mercados exigentes com exceção da União Europeia.
Exportadores de carnes
O vice-presidente e diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, disse que a meta é buscar o processo contínuo de habilitação dos frigoríficos.
“Celebrar a vitória de construir um método. Não adianta selecionar só alguns”, afirmou Santin, que integra a comitiva brasileira na China.
O presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafigo), Péricles Salazar, avaliou que as negociações foram conduzidas com “maestria” pela ministra.
Ele sugeriu maior interação entre o ministério e o setor para o preenchimento dos formulários, a serem enviados ao governo chinês.
Para a ministra, a reunião com o chefe da Aduana foi um sucesso. “Saio satisfeita com o encaminhamento. Se fecharmos datas, prazos e metodologia, será mais fácil para nós e para eles”, destacou.
FAO
Tereza Cristina reiterou apoio do Brasil ao vice-ministro da Agricultura do país, Qu Dongyu, candidato para o comando da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). “O Brasil vai anunciar seu voto para o candidato da China à presidência da FAO”, destacou.
A eleição deve ocorrer durante conferência da organização, em Roma, em junho.
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