Assassino de Carla é condenado a 31 anos e 9 meses pelo feminicídio qualificado

Nesta sexta-feira (13), foi condenado a 31 anos e 9 meses de reclusão, em regime inicial fechado, Marcos André Vilalba, 22 anos, pelo assassinato de Carla Santana Magalhães, 25 anos. O crime bárbaro aconteceu em 30 de junho de 2020, quando a vítima foi raptada pelo vizinho na rua, estuprada e assassinada.

O Conselho de Sentença, após ouvir as versões da defesa e da acusação, decidiu por condenar Marcos por todos os crimes que foi denunciado. Somadas as penas, conforme decisão do juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, o réu foi condenado aos 31 anos e 9 meses de reclusão.

Os crimes imputados a ele são de homicídio qualificado pela condição de mulher, ou seja, feminicídio, também qualificado por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele também responde por ocultação de cadáver e, no andamento do processo, foi descoberto ainda o crime de vilipêndio. Ou seja, Marcos ainda teve relações com a vítima após a morte.

O magistrado reduziu a pena total em apenas 1 ano, considerando que Marcos confessou o crime. A redução não foi maior, por conta da violência do crime e também porque ele só confessou após o teste de luminol. O juiz relembrou outros casos bárbaros em Campo Grande, como o assassinato do menino Dudu, também a morte da arquiteta Eliane Aparecida Nogueira e da musicista Mayara Amaral.

Por fim, o juiz também elogiou o trabalho dos promotores em todos esses casos e ainda a coragem dos advogados de defesa.

Alívio para a família

A mãe de Carla disse brevemente que se sente um pouco mais aliviada com a condenação de Marcos. “Espero que sirva para outras mães não passarem pelo que eu passei”, disse. Ela ainda contou que sabia de todo o crime, mas que foi muito difícil ouvir o criminoso contando sobre o ocorrido.

“Se ele não ficasse preso, faria com outras pessoas”, afirmou. A mãe da vítima também lembra que teve muito apoio da família e que só conseguiu chegar até aqui por ter os familiares ao lado. A família também acompanhou o júri nesta sexta-feira.

Faria com qualquer um

Durante o julgamento, a defesa de Marcos chegou a alegar que ele teve um surto psicótico, sob efeito de álcool e drogas e faria o que fez com qualquer um. “Ele não escolheu a Carla, aconteceu naquele momento”. disse ao júri. A defesa pediu a internação para o réu, comparando o caso com o do Maníaco da Cruz, que está internado em uma ala psiquiátrica em Campo Grande, após uma série de assassinatos.

Feminicídio de Carla

No dia 30 de junho e 2020, por volta das 19 horas, Carla foi raptada por Marcos na Rua Nova Tiradentes, no Tiradentes, onde ela e o autor moravam. Eles eram vizinhos e a vítima foi imobilizada pelo réu com um ‘mata leão’. Após o golpe aplicado pelo rapaz, Carla desmaiou e foi levada para dentro da residência dele.

Segundo a denúncia, Marcos deu golpes de faca no pescoço de Carla e ainda fez um corte profundo. Após a morte da vítima, o acusado ainda vilipendiou o cadáver, praticando sexo com a vítima morta. Ainda consta nos autos que o crime foi praticado por Marcos sob alegação de que no dia anterior Carla o teria ignorado quando foi cumprimentada por ele.

Após os crimes, Marcos deixou o corpo de Carla escondido embaixo da cama por três dias, até que levou a vítima para uma conveniência, na esquina. Foi no início da manhã daquele dia 3 de julho que parentes de Carla que saíam para trabalhar encontraram a vítima. Com o corte profundo no pescoço e sem as roupas, Carla foi encontrada morta.

Após as investigações, Marcos foi preso por equipes da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) duas semanas após o crime, com apoio do Batalhão de Choque.