Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC) indica que as vendas de final de ano devem aumentar pela primeira vez em dois anos e alcançar R$ 65 bilhões nesta época, apontando o crescimento de 1,2% na comparação com 2021.
O economista da CNC, Fábio Bentes, enumera os motivos do incremento: “A gente tem um Natal com uma inflação menor que a do ano passado.
No final de 2021, o IPCA estava girando a dois dígitos, acima de 10% ao ano. E também um Natal com um mercado de trabalho que conseguiu, pelo menos ao longo do ano, gerar mais vagas, abrir mais postos de trabalho do que fechar.
Basicamente, são esses dois motivos pelos quais o varejo pode apostar no Natal com alguma recuperação das vendas. Claro que essa recuperação das vendas varia de setor para setor, mas, na média, as vendas do varejo devem crescer um pouco mais 1% em relação ao ano passado, já descontada a inflação”.
O empresário Pierre Sfer, dono de uma loja na Rua 25 de Março, no centro de São Paulo, festeja o bom momento. Ele diz que, após a eliminação do Brasil da Copa do Mundo do Catar, as pessoas se voltaram para as festas de final de ano. “Estamos apostando em faturamento alto por causa do Natal. Acabamos de descansar um pouquinho da festa da Copa do Mundo e estamos partindo direto para o Natal. Está bem aquecido o mercado. Não tivemos em 2020 e 2021, mas agora em 2022 estamos bem melhor. Quase mais 30% melhor que no ano passado, é a nossa aposta de aumento do faturamento”, avalia.
A pedagoga Emanuelle Lemos conta que neste ano está indo às compras presencialmente, diferentemente do que fez nos últimos dois anos. Ela é uma das milhares de pessoas que, depois da pandemia de Covid-19, deixaram as aquisições de forma online de lado.
Para ela, não há nada como poder escolher presencialmente o produto desejado sem chance de erros. “Está melhor que o ano passado com certeza, quando nem sai de casa para comprar. Nem tive vontade de sair. Fiz tudo em casa”.
A movimentação nas ruas é mais acentuada do que a registrada nos dois anos anteriores, mas poderia ser bem maior se não fosse o encarecimento do crédito e o comprometimento da renda do brasileiro. “Para o Natal de 2022 igualar o volume de receita de 2019 [pré-pandemia], o crescimento deste ano teria que ser de mais de 5%. Esse cenário está descartado”, avalia Bentes.
*Com informações do repórter Daniel Lian/Jovem Pan