A Delegacia de Polícia Civil de Dourados registrou 53 casos de estupros em Dourados no primeiro semestre.
De acordo com o delegado regional Lupersio Degerone, foram 52 vítimas do sexo feminino e uma do sexo masculino.
No mesmo período do ano passado a delegacia registrou 79 casos, sendo 75 com vítimas mulheres e quatro vítimas homens, ou seja, houve uma redução de quase 30%. Durante todo o ano passado foram registrados 191 casos.
O delegado atribui a diminuição a resposta mais efetiva do Estado contra esse crime. Segundo ele, a Delegacia da Mulher fez diversas campanhas junto com a rede de enfrentamento e também priorizou o combate a esse tipo de crime.
Outra novidade, segundo Degerone, é que esse ano a Polícia Civil passou a contar com psicóloga na Delegacia da Mulher. Com isso os inquéritos que estavam atrasados tiveram sequência com os laudos da profissional.
De acordo com o delegado, esse é um tipo de crime em que em 90% dos casos é necessário que haja a denúncia para que a Polícia Civil possa chegar ao agressor.
Dentre as principais dicas de prevenção da Polícia Civil está a de evitar os exageros alcóolicos em festas, evitar transitar por ruas escuras, não pegar carona sozinha (o) com desconhecidos após as baladas. “No caso das casadas, muito diálogo com os maridos violentos e sempre estar atenta com um contato familiar ou policial para acionar. Se acaso o marido violento e agressivo tentar o ato contra a vontade da companheira”, explica.
No caso das crianças, na maioria dos casos, o estupro ocorre de forma escondida e geralmente o autor é alguém próximo da família. O delegado diz ainda que é necessário que as pessoas que estão próximas das crianças prestem cada vez mais atenção ao comportamento delas.
“As mães e os professores podem notar comportamentos de exclusão e medo excessivo, entre outras cararacteristicas e conversar com a criança que pode estar sendo vítima”, destaca, observando que 90% dos casos ocorrem na área urbana e 10% nas aldeias.
Denúncias em Dourados
Em Dourados, 70% das denúncias de crimes de estupros contra crianças e adolescentes acontecem na Reserva Indígena. A informação é do Conselho Tutelar, que nos dois primeiros meses desse ano registrou 25 casos no município.
As vítimas têm entre 4 e 14 anos e na maioria dos casos são vítimas de pais, padrastros e pessoas próximas. É o caso de um menino indígena que foi estuprado pelo companheiro do pai, na aldeia Bororó, esse ano.
De acordo com a coordenadora do Conselho Tutelar Central de Dourados, Lucielen Leivas Leite Prudente, em relação aos casos de estupros ocorridos na Reserva, a maioria é motivada pelo alto consumo, pelos pais ou familiares, de bebidas alcoólicas.
“Outro grave problema é que muitas mães acabam sendo cúmplices desse ato contra as crianças e ainda defendem o marido. Já registramos muitos casos em que a mãe coloca a filha para fora de casa dando razão ao agressor. É um absurdo”, destaca.
O Que fazer?
O telefone de plantão do Conselho Tutelar Central, que atende da Rua Mato Grosso em direção ao Parque do Lago é: 99600 6145. Já o Plantão do Conselho Tutelar Leste, que atende da Rua Mato Grosso ao sentido Leste da cidade é: 98401 2625.
Fonte: Valéria Araújo