Índios acusados de matar policiais em Dourados tem julgamento hoje em SP

Cinco indígenas Guarani Kaiowá acusados pelo assassinato dos policiais Ronilson Magalhães Bartie, Rodrigo Lorenzatto e a tentativa de homicídio a Emerson Gadani, no ataque conhecido como “Chacina de Porto Cambira”, passam por juri popular nesta terça-feira (4) no TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), em São Paulo.

São eles: Carlito de Oliveira, Paulino Lopes, Jair Aquino Fernandes, Ezequiel Valensuela e Lindomar Brites de Oliveira. 

O fato aconteceu em 2006, durante tentativa de captura da Polícia Civil a foragido.

Na ação, pelo menos oito indígenas montaram emboscada na MS-156, entre Dourados e o distrito de Porto Cambira, em frente ao assentamento “Passo Piraju”, para encurralar os investigadores, lotados no 1° Distrito Policial de Dourados.

Os policiais, segundo a denúncia, trafegavam em veículo descaracterizado e após serem interceptados, foram espancados e os agentes Rodrigo e Ronilson brutalmente assassinados a tiros e golpes de facas.

Emerson Gadani, sobrevivente do atentado, foi poupado após fingir-se de morto. O policial acabou deixando a ativa por conta dos traumas provocados pelo acontecido.

O julgamento acontecerá durante quatro dias, sendo conduzido pela Justiça Federal de São Paulo. As sessões ocorrerão na sede do TRF-3. 

Ao Dourados News, o advogado de acusação Maurício Rasslem contou não ter recebido notificação da Justiça para o júri, não tendo conhecimento dos trâmites de realização. 

A assessoria do TRF-3 informou que o júri é composto por 7 pessoas: seis mulheres e um homem. A previsão de julgamento é de quatro dias.

A primeira fase será dedicada para ouvir todas as testemunhas do caso. Ainda conforme repassado, dos cinco réus, um está foragido, mas os outros quatro estão em julgamento. 

A sessão do Juri é soberana para decidir o caso, porém, mesmo depois da sentença, é possível o ingresso de recursos.

A Corte não justificou a falta de intimação ao advogado de acusação.