Lula ataca Bolsonaro e cobra sociedade: ou povo reage, ou terá coisa pior

O ex-presidente Lula usou seu discurso no evento online de comemoração aos 41 anos do PT (Partido dos Trabalhadores) para atacar o governo de Jair Bolsonaro e cobrar ações do partido e da sociedade.
Lula disse que Bolsonaro só “pensa nele e na família dele” e fez inúmeras críticas a medidas aprovadas e defendidas pelo atual presidente, como a condução do combate à pandemia de covid-19. “O presidente e sua gente continuam tentando brincar com a saúde do nosso povo, mantendo no Ministério da Saúde um ministro que não entende nada de saúde”, afirmou.
O petista lembrou também de Paulo Guedes e questionou a política de privatizações defendida pelo ministro. “Eles são de uma geração que ganha as eleições não para governar, eles ganham as eleições para vender o patrimônio que foi construído em benefício do povo brasileiro”, disse, questionando ainda a aprovação do projeto de autonomia do Banco Central. Lula instou os petistas a defenderem mudanças com apoio popular: “Nós precisamos despertar o povo dessa anestesia coletiva que a sociedade foi tomada”. “Ou esse povo reage, ou esse povo vai ser vítima de coisas muito piores”, completou.
Também discursaram no evento o ex-candidato à presidência e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, a ex-presidente Dilma Rousseff e a deputada federal pelo Paraná e presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann. Haddad relembrou a contestação da vitória de Dilma nas eleições de 2014 e o posterior impeachment e afirmou que “o pesadelo que o Brasil vive hoje decorre deste gesto”. Ele falou antes de Lula, mas fez eco às reivindicações da necessidade de uma mobilização popular para se opor à política bolsonarista.
“Nós temos que derrotar a cada dia esse projeto genocida que está no poder”, disse. Gleisi também se dedicou a criticar o governo Bolsonaro e atacou a operação Lava Jato: “O país está sendo governado por alguém que tem o objetivo de destruir e trata esse objetivo como uma verdadeira missão. A Lava Jato está diretamente relacionada a todas as tragédias nacionais”.
Frente ampla em 2022 A possibilidade de união entre partidos de esquerda para derrotar Bolsonaro nas eleições de 2022 foi tema recorrente nos discursos da noite. “O PT deve dedicar o melhor de seus esforços para articular uma grande aliança de esquerda”, defendeu a ex-presidente Dilma Rousseff. “Nós sabemos que ninguém chegará sozinho ao grande objetivo de resgatar a esperança e a democracia no Brasil”, definiu Gleisi Hoffmann, mencionando nomes que vêm sendo considerados para as próximas eleições, como Guilherme Boulos, do PSOL, Flávio Dino, do PCdoB e Ciro Gomes, do PDT. As duas, porém, reivindicaram o protagonismo petista na aliança.