Má gestão da crise pode causar falta de combustível, afirmam analistas

O último reajuste no preço dos combustíveis machuca ainda mais um setor que já opera sob forte pressão, o de transporte de cargas, e suas consequências trarão um efeito cascata sobre a economia – além de contaminar a política –, afirmam analistas ouvidos pelo Metrópoles. A reação política a esse aumento pode agravar ainda mais a crise, segundo os especialistas, e levar a um cenário de falta de gasolina e diesel que pode asfixiar o agronegócio, setor que tem ajudado a segurar os índices econômicos.

Cumprindo sua política de paridade com o preço internacional do petróleo, a Petrobras reajustou seus preços na semana passada, com aumentos de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel.

“O novo aumento nos preços dos combustíveis se soma aos consecutivos reajustes dos últimos meses e, também, aos problemas de demanda que tem sofrido a economia brasileira, em particular em razão da inflação e de um baixo crescimento. Trata-se de uma situação muito delicada para os profissionais e as empresas do setor”, afirma Gabriel Brasil, analista de riscos do escritório do Cone-Sul da consultoria internacional de gestão de riscos Control Risks.

“Para o setor de transporte e para a cadeia de suprimentos, as consequências da alta volatilidade dos preços dos combustíveis são muito negativas, especialmente para as empresas e os trabalhadores autônomos, que são maioria e não têm condições de repassar o aumento dos seus custos integralmente para a ponta da cadeia”, completa o analista de riscos.

Fonte: metropoles