Mapa lança livro que conta a história de 200 anos da cachaça em 200 rótulos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou nesta quinta-feira (8) o livro “200 anos_200 cachaças – a evolução da cachaça, da Independência aos dias de hoje, contada em 200 rótulos”. A publicação faz parte das comemorações do bicentenário da Independência do Brasil.

O livro bilíngue (português e inglês) traz a história da cachaça, linha do tempo, um manual de degustação e a evolução do mercado da cachaça  contada por meio de uma lista com 200 rótulos, elaborada por quatro especialistas: Andréia Gerk, Milton Lima, Luiz Arkhan e Jairo Martins. A ideia é mostrar a importância da bebida genuinamente brasileira como um dos mais significativos representantes da nossa identidade, sua contribuição cultural, social e econômica ao longo da história do país.

A iniciativa teve o apoio da Secretaria Especial da Cultura (Secult), do Ministério do Turismo, do Projeto Setorial de Promoção às Exportações de Cachaça “Cachaça: Taste the New, Taste Brasil” em parceria com o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Boom! Comunicação.

A cerimônia também faz parte das celebrações dos 162 anos do Mapa, comemorado em 28 de julho.

“Muitos consumidores não sabem, mas é o Ministério da Agricultura que, desde os seus primórdios, estabelece os padrões para produção, registro e fiscalização da cachaça. Então, lançar este livro no bicentenário e nos 162 anos do Mapa contribui para que a história não seja esquecida“, salienta o ministro Marcos Montes.

O lançamento ocorreu no Espaço Ceres, no anexo da sede do Mapa, em Brasília. Participaram da cerimônia o presidente da ApexBrasil, Augusto Pestana; o analista técnico de Políticas Sociais da Casa Civil da Presidência da República, Gustavo Brechesi Servilha, que representou a Secult; o analista técnico de competitividade do Sebrae, Gustavo Reis Melo; servidores e produtores de cachaça.

A auditora fiscal federal agropecuária Andréia Gerk, uma das editoras da publicação, ressalta que não há como se falar em 200 anos do Brasil sem mencionar a história da cachaça, já que a cana-de-açúcar fez parte dos primeiros ciclos econômicos no Brasil colonial, quando o açúcar era o principal produto de exportação, junto com o pau-brasil, o ouro, o café, o algodão e a borracha.

“Temos que exaltar os nossos produtores que a cada dia produzem com mais qualidade, conquistam prêmios nacionais e internacionais, expandem o comércio e contribuem para a geração de empregos diretos e indiretos”.

O presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Carlos Lima, disse que a publicação será fundamental para divulgação da cachaça no exterior por contar a trajetória da bebida, sua versatilidade e o regionalismo da produção. “Esse livro é uma ferramenta fundamental na nossa estratégia de promoção da cachaça no mercado internacional”.

O livro estará disponível para download gratuito no site do Mapa. Alguns exemplares serão distribuídos em eventos do setor e feiras de negócios organizadas pelo Governo Federal no exterior, bem como em embaixadas do Brasil.

Engenho mais antigo do Brasil

Maurílio Cristófani é dono da Cachaça Barra Grande, localizada em Itirapuã (SP), uma das bebidas citadas no livro. Um diferencial da Barra Grande é por ser produzida no engenho mais antigo em atividade no país e o único movido à roda d’água do estado de São Paulo, desde 1860.

“Naquela época, ainda antes da abolição dos escravos, eles tiveram a brilhante ideia de com a água fazer a força motriz para poder movimentar todas as estruturas que têm na fazenda e que fizeram a fazenda ser uma referência para toda a região”

A estrutura permitia produzir a cachaça, rapadura, açúcar mascavo melado e também o moinho de fubá, o monjolo. Hoje, para a produção da cachaça, foi preciso fazer várias inovações e alterações no sistema antigo, mas sempre preservando o método artesanal.

“Hoje a fazenda tem todas as áreas de preservação cercadas, reflorestadas. Temos coleta de lixo seletiva e preservamos todas as áreas de nascentes, conta Maurílio.

A propriedade foi finalista do prêmio Fazenda Sustentável da Revista Globo Rural, em 2017 e também finalista do prêmio Novo agro, da Esalq, em parceria com o banco Santander, na categoria Sustentabilidade.

Fonte: Ministério da Agricultura