Durante a Operação Ghostwood da Polícia Federal, 12 empresas foram interditadas sob suspeita de burlar fiscalização de cargas e pagar menos impostos no estado.
Foram apreendidos documentos, dólares, computadores e celulares. As empresas alvos da operação são de Campo Grande e mais seis cidades, entre elas Umuarama, no Paraná.
Conforme a PF, as empresas – algumas delas, de fachada – compravam cargas de madeira inexistente e ficavam com “crédito”, o que possibilitava, por exemplo, “legalizar” madeira ilegal – que passava a ser vendida com registro.
Além das apreensões, foram lavrados três Autos de infração pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e 10 mandados de buscas foram cumpridos.
As 12 empresas fechadas pela polícia conseguiam não só sonegar impostos, como explorar mais madeira do que o legalmente permitido. Às vistas oficiais, a carga explorada era condizente com os limites dispostos na legalização ambiental.
O Jornal Midiamax apurou que as 12 empresas que tiveram atividade suspensa durante a operação têm sede nas cidades de Campo Grande (4), Ponta Porã (2), Caarapó, Dourados (2), Ivinhema, Sete Quedas e também em Umuarama (PR).
Na decisão que baseou a operação da PF, o juiz federal Márcio Martins de Oliveira afirmou que havia necessidade de interdição em razão das irregularidades investigadas.
“Portanto, há a necessidade de suspender a atividade profissional e econômica desenvolvida pelos investigados e pelas pessoas jurídicas envolvidas, e conseqüente interdição e lacração dos estabelecimentos em questão, diante dos indícios concretos de que sua utilização sustenta o modus operandi do grupo criminoso”.
Todas as informações apuradas até o momento na operação serão compartilhadas com a Receita Federal e com o Ibama de Mato Grosso do Sul, que podem atuar em desdobramentos no caso.
Operação Ghostwood
Os mandados foram cumpridos em Campo Grande, Ponta Porã, Dourados, Sete Quedas e Umuarama/PR. Durante as investigações foram descobertos a existência de uma associação criminosa voltada à emissão e recebimento de documentos de origem florestal falsos.
A emissão dos DOF’s (Documento de Origem Florestal) falsos tem por finalidade ludibriar a fiscalização e legalizar produtos de origem florestal adquiridos de forma ilegal.
Para isso, os investigados usavam empresas de fachada e também madeireiras em funcionamento. 50 policiais federais participam da operação com cinco agentes ambientais do Ibama.
Não houve prisões durante as investigações. Porém, os suspeitos poderão responder por formação de quadrilha, falsidade ideológica, crime ambiental e inserção de dados em sistema informatizado.