A nova presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, disse nesta quinta-feira (12/1) que o consignado do Auxílio Brasil será suspenso. Ela não informou o prazo em que a suspensão irá valer.
Segundo a presidente do banco público, a medida ocorre por dois motivos. O primeiro deles é porque o Ministério do Desenvolvimento Social fará uma revisão nos cadastros. “Não é de bom tom que a gente mantenha [o empréstimo do consignado], porque nós não sabemos quem ficará nesse cadastro ou não”, disse.
De acordo com Rita Serrano, o outro motivo ocorre em razão dos altos juros do consignado. “Nós também estamos suspendendo [o consignado] para reavaliar essa questão dos juros e ver as possibilidades que existem para tentar baixar esses juros, dentro, lógico, das regras de conformidade”, prosseguiu.
Consignado do Auxílio Brasil
O consignado do Auxílio Brasil foi criado por meio de uma medida provisória, que recebeu o aval do Congresso Nacional e foi sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL). Pelo texto, as famílias que recebiam o benefício poderiam autorizar que a União descontasse dos repasses mensais do programa os valores referentes aos empréstimos.
Em outubro do ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou, em um parecer técnico, que o empréstimo consignado do programa fosse suspenso devido a um possível uso do benefício para “interferir politicamente nas eleições presidenciais”.
Na época em que o consignado foi criado, os bancos demonstram preocupação com um possível aumento no endividamento das famílias, que já se encontravam em situação de vulnerabilidade.
Desenrola Brasil
Na semana passada, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, informou que os endividados do consignado do Auxílio Brasil serão incluídos no programa “Desenrola Brasil” — uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para diminuir o alto nível de endividamento dos brasileiros.
Segundo dados do governo federal, até novembro do ano passado, foram feitos mais de 3,4 milhões de empréstimos, número que corresponde a cerca de 16,5% do total de beneficiários do Auxílio Brasil.
Fonte: Metrópoles