‘Quando a Polícia Federal vai à casa de alguém não é à toa’, diz novo Superintendente de MS

Uma resma em palavras escritas guardadas em um arquivo azul sobre a mesa, além da bandeira do Brasil e da Polícia Federal, um porta-retratos e o boné da Polícia Paraguaia ao lado do da corporação são os poucos itens que adornam a sala do novo superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, o delegado Cléo Mazzotti.

No meio da primeira semana após a nomeação para o cargo, o delegado recebeu equipes de reportagem para dar detalhes sobre a prisão de Minotauro em Balneário Camboriú e o Jornal Midiamax para falar dos planos frente à nova função.

De perfil técnico, o delegado mantém cada sentença livre da sua opinião de forma tranquila. Mas se movimenta incomodado quando questionado se já foi ameaçado pelo seu trabalho em Mato Grosso do Sul à frente da delegacia regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado, responsável por investigações contra diversos políticos, empresários e traficantes.

“Não, nunca recebi. Eu acredito que a Polícia Federal tenha uma história séria de atuação e que seja de entendimento que sou apenas uma peça na engrenagem, que funciona mesmo sem mim. Se eu sair, outro entra e o trabalho segue sendo feito”.

Jornal Midiamax: Atuando como delegado que acompanhou aqui no Estado grande parte das operações que vieram após a Lei Anticorrupção ser sancionada e também como membro da equipe, quais são as ideias do senhor para atuar frente à Polícia Federal a partir de agora?

Superintendente: Nós vamos continuar a combater os crimes de lavagem de dinheiro, desvio de verba pública, corrupção. Desde 2018, a delegacia de Combate a Corrupção e Desvio de Verbas Públicas foi reforçada com quatro novos delegados, que é prioridade.

Mas por que? Nós acreditamos que o tráfico de drogas, o contrabando e o descaminho têm um cerne financeiro que os sustenta. Não adianta fazer operação para realizar apreensões e não atacar o que financia esse tipo de atividade.

O cerne desses grupos é financeiro, é isso que financia a atividade delituosa.

Mas o trabalho da Polícia Federa não é só esse: temos ações de combate à pedofilia, crimes ambientais, previdenciários, combate à emissão de documentos falsos.

Vamos ainda neste ano implantar um sistema para melhorar o atendimento ao público e a emissão de passaportes no Estado. Também de atuação no registro de armas, fiscalização de empresas e investigações.