A Polícia Civil de Dourados, através do SIG (Serviço de Investigação Geral), apresentou na manhã desta segunda-feira (19) os quatro acusados da morte de Josivan Alves de Lima, que confessaram o crime. O homicídio ocorreu em setembro, o corpo da vítima foi encontrado com dois profundos cortes no pescoço, indicando-se que os autores tentaram decapitá-lo. O homem também estava com as mãos amarradas, sinal característico de execuções perpetradas pelo “Tribunal do Crime”, ou seja, mortes empreendidas por facções criminosas contra seus desafetos.
As investigações demonstraram que Josivan, acometido de alcoolismo, foi apontado como integrante de facção contrária ao PCC. Assim, ele foi atraído pelos autores até uma casa, onde foi amarrado. Em seguida, Josivan foi levado até um ‘barraco’ existente na favela do Estrela Verá, onde foi submetido a ‘julgamento’ por supostamente ser opositor ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Atualmente o ‘barraco’ encontra-se destruído, mas era utilizado pelo PCC para torturar e julgar aqueles que eram vistos como inimigos da facção. Inclusive, nesse local foi gravado um vídeo onde o jovem Douglas Sarate aparecia sendo agredido antes de morrer, sendo esse caso também esclarecido pelo SIG e todos os autores presos.
Após ter sido identificado como opositor ao PCC Josivan foi retirado do barraco localizado na favela e levado em um local na saída para Campo Grande, onde foi brutalmente esfaqueado no pescoço, não sendo decapitado em razão de a faca utilizada pelos autores não ter se mostrado apropriada para tanto, como posteriormente por eles relatado.
O delegado do SIG, Rodolfo Daltro, relatou alguns detalhes do crime e investigação. “Após intensas diligências foi realizada a prisão dos jovens que confessaram ter matado Josivan por ele supostamente ser opositor ao PCC. Um deles foi o responsável por providenciar o carro que seria utilizado para transportar Josivan e os demais, tendo ele utilizado um Fiat Fiorino pertencente à empresa onde trabalhava. Os outros desferiram as facadas contra o pescoço da vítima. Tratou-se o caso de uma morte praticada com requintes de barbárie, sendo exposto pelos autores que Josivan, ciente de que seria morto, somente clamou que tal ato fosse realizado de modo rápido”, afirmou o delegado.