36 toneladas de drogas fizeram a base de uma investigação que resultou em uma megaoperação para desarticular uma organização criminosa que atuava no tráfico interestadual. Em ação deflagrada na sexta-feira, foram cumpridos 109 mandados de busca, apreensão e prisão em cinco estados, com medidas de bloqueio de contas e sequestro de bens ligados aos investigados.
Detalhes da operação e mandados
A operação, coordenada por delegacias especializadas com apoio das polícias militar e penal, cumpriu mandados distribuídos pelos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Do total de ordens judiciais, 54 foram de busca e apreensão, 42 de prisão preventiva ou temporária e 13 de bloqueio de contas bancárias, além do sequestro de veículos e imóveis relacionados às atividades investigadas.
Onde as ordens foram executadas
No Mato Grosso do Sul as medidas foram concentradas em Campo Grande. No Paraná a ação alcançou cidades como Maringá, Paranavaí, Loanda e Sarandi. Em outros estados as equipes municipais não tiveram seus locais detalhados pelas autoridades até o momento.
Como a quadrilha movimentou 36 toneladas de drogas
A investigação, que durou dois anos, apontou que o grupo operava enviando entre 100 e 150 quilos de entorpecentes por dia para rotas que incluíam cidades do estado de São Paulo. Em média, a apuração indica movimentação de 1,5 tonelada por mês, totalizando aproximadamente 36 toneladas durante o período investigado.
O esquema usava rotas interestaduais, com origem predominante no Norte do Paraná e destino em núcleos consumidores de outras unidades federativas. As drogas eram embaladas em malas e despachadas por meio de transporte rodoviário, incluindo deslocamentos por ônibus, estratégia que dificultava a detecção imediata pelas fiscalizações.
Lavagem de dinheiro e fachada comercial
Para ocultar a origem dos recursos, os investigados teriam utilizado estabelecimentos comerciais como fachada. A investigação apontou operações por meio de lojas de veículos e tabacarias que serviram para formalizar entradas de valores e movimentações financeiras compatíveis com lavagem. As medidas de bloqueio e sequestro visam interromper a estrutura financeira do grupo enquanto a apuração avança.
Recursos e técnicas policiais
As equipes contaram com suporte aéreo, cães farejadores e ações específicas da Polícia Penal conforme suas atribuições, ampliando a capacidade de busca e verificação de locais e cronologias de atuação. A atuação coordenada entre unidades estaduais também incluiu troca de informações sobre logística, rota de transporte e destinatários das remessas.
Segundo o delegado responsável pela investigação, “a organização enviava de 100 a 150 quilos de drogas por dia para São Paulo”, informação que embasou os pedidos judiciais para as diligências e as medidas de restrição patrimonial.
Evolução das prisões e apreensões
Ao longo da apuração, pelo menos nove pessoas foram detidas em fases anteriores, entre elas um dos líderes, que foi preso no Paraguai após ação conjunta entre forças policiais dos dois países. As prisões internacionais e os desdobramentos demonstram a dimensão transnacional das atividades e a necessidade de cooperação entre agências.
Os órgãos envolvidos informaram que as diligências continuam para localizar demais envolvidos, identificar beneficiários dos ativos e consolidar o material probatório para representação perante a Justiça. As autoridades também buscam quantificar com precisão o montante financeiro obtido com as vendas ilícitas para subsidiar pedidos de bloqueio e reparação.
Impacto e próximas etapas
Além da neutralização de parte da logística de distribuição, a operação tem como objetivo desmantelar a estrutura financeira que sustentava o grupo e responsabilizar os responsáveis pelos crimes de tráfico interestadual e lavagem de dinheiro. A investigação seguirá com análise de dados financeiros e operacionais, oitivas de testemunhas e produção de perícias técnicas para instruir processos judiciais.
Autoridades recomendam que eventuais vítimas de crimes relacionados a essa investigação procurem as delegacias locais para prestar informações que possam ajudar a mapear a atuação do grupo. A atuação coordenada entre as unidades policiais e a Justiça é considerada estratégica para manter o avanço das investigações.
O caso segue sob sigilo parcial para preservar diligências em curso e garantir eficácia nas apreensões e prisões planejadas. Novas informações oficiais serão divulgadas pelas autoridades responsáveis conforme o andamento das medidas judiciais e investigativas.










