Após várias denúncias de estupros cometidos contra alunos de uma escola estadual da cidade de Cassilândia, a 430 quilômetros de Campo Grande, um diretor adjunto, de 53 anos, foi afastado de suas atividades.
Os estupros teriam começado em novembro de 2017 quando dois irmãos, de 9 e 13 anos, relataram aos pais o que estava acontecendo. Os irmãos contaram que o diretor-adjunto da escola costumava levá-los para uma sala, trancar o lugar e abaixar o short das crianças e passar a mão em seus órgãos genitais.
O Conselho Tutelar da cidade foi procurado na época, mas a denúncia e o registro do boletim de ocorrência só foram feitos em maio deste ano. Segundo o boletim de ocorrência registrado na delegacia da cidade, o Conselho Tutelar justificou a demora em denunciar o caso dizendo que o diretor é uma “pessoa influente” e afirmou que temia represálias. O órgão explicou que esperou o “momento oportuno” para que a denúncia fosse feita.
Esse momento oportuno veio quando a mãe de outra criança procurou o Conselho para relatar a mesma situação. Ao todo foram registrados cinco boletins de ocorrência contra o diretor.
Uma criança de 9 anos também relatou ter sido vítima do diretor-adjunto. Ela disse que ele a agarrava pelas costas, a levava para uma sala e passava a mão em seus órgãos genitais. Foi a avó do menino quem registrou o boletim de ocorrência. O neto teria dito que não contou o que estava acontecendo antes por vergonha.
A última denúncia foi registrada no dia 29 de junho e tem como vítima um menino de 12 anos. O garoto contou que foi retirado da sala de aula pelo diretor, que o levou para uma sala e o trancou lá. Em seguida, ele mandou que o menino abaixasse o short para ver se ele tinha alguma doença.
Após abaixar o short, o diretor passou as mãos em seu órgão genital, afirmando que ele não tinha doença e o liberou em seguida. Segundo a escola, o diretor-adjunto foi afastado de suas atividades. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, somente neste mês de julho receberam a denúncia feita pelo MP (Ministério Público).
Procuramos o Conselho Tutelar para comentar a demora na denúncia dos crimes, mas não obtivemos retorno até a publicação desta reportagem.
Fonte: Thatiana Melo