“A gente não pode passar pano”, diz dono de bar onde advogado foi preso por homofobia

Detido pela Polícia Militar na noite de sábado (6) após comentário homofóbico contra uma funcionária do Mr. Hoppy, advogado ainda teria discutido com o proprietário. A discussão teve início após ele se negar a usar máscara de proteção para fazer o pedido no balcão do estabelecimento.

Segundo o proprietário do estabelecimento, Sanderson Jorgensen, o advogado foi até o balcão para ser atendido e estaria com o nariz escorrendo. A funcionária pediu que ele colocasse a máscara, norma de biossegurança adotada pelo bar durante os atendimentos no balcão. Mesmo assim, o cliente se negou.

A princípio, ele já teria negado usar a máscara uma vez e, na segunda, a funcionária então pediu para outra pessoa atender o advogado. “Ele virou para o amigo e falou que ‘aquela sapatão não queria atender ele’”, contou Sanderson. Após o ocorrido, a funcionária se sentiu muito constrangida e chateada com a situação.

“Conversei com ele, disse que queria pedir para ele ter mais respeito e educação com os funcionários e ele começou a gritar, se alterou”, relatou o proprietário do local. Ainda segundo ele, o advogado questionou o que tinha acontecido e ele disse que o cliente tinha feito o comentário homofóbico, ao que o advogado respondeu “É mesmo”.

“Disse que se esse era o posicionamento dele, eu iria chamar a polícia e ele respondeu ‘pode chamar quem você quiser’”, contou o empresário. “A gente não pode passar o pano e deixar quieto, porque se não mais pessoas acham que esse tipo de coisa é normal”, disse. Após o ocorrido, Polícia Militar foi acionada e o advogado encaminhado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro.

Foi registrado o boletim de ocorrência e arbitrada fiança, paga pelo suspeito. A rede Mr. Hoppy também se posicionou sobre o fato. “A rede de franquias reitera sua posição de combate à homofobia e qualquer tipo de discriminação e agressão por gênero, raça ou condição social. Reforça que continuará, sempre que necessário, denunciando qualquer conduta do tipo dentro de suas unidades. Nossa solidariedade a todos que já tiveram que enfrentar situação semelhante”, diz a nota

“A rede reafirma também o compromisso ao cumprimento de todas as medidas de saúde, seguindo a legislação vigente, em relação ao controle da pandemia, para que a segurança e integridade de todos os colaboradores e clientes sejam garantidas”, conclui.