O corregedor da Assembleia, Maurício Picarelli (PSDB), avisou que só vai emitir parecer sobre a situação do deputado Zé Teixeira (DEM), sobre possível quebra do decoro, depois que houver resultados na investigação do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
“Não tem como adiantar ou fazer julgamento precipitado”, disse o parlamentar.
Picarelli explicou que já está analisando o caso, começando por conferir as denúncias que já foram apresentadas pelo MPF (Ministério Público Federal), que serviram de base para as prisões da Operação Vostok, da Polícia Federal.
“Já tive acesso a documentos da investigação, assim como os motivos que justificaram as prisões. O momento é de analisar com calma”.
Ele adiantou que não vai colher um depoimento de Zé Teixeira (DEM), já que o mesmo vai apresentar suas justificativas no plenário da Assembleia, assim como já fez na oportunidade que foi divulgada a delação da JBS.
“Não precisa de novas declarações, até porque vamos buscar informações com os órgãos oficiais”, explicou.
O corregedor ainda revelou que já recebeu a informação que os documentos apreendidos no gabinete de Teixeira, se tratam de questões pessoais do deputado, não sendo nenhum relacionado à Assembleia.
“O caso é uma questão pessoal do parlamentar, não tem haver com seu mandato de deputado ou sua atuação como 1° secretário”.
O presidente da Assembleia, o deputado Junior Mochi (MDB), já explicou que caberá a Corregedoria emitir um parecer sobre a situação de Zé Teixeira, que pode ser pedindo a advertência, suspensão, afastamento, abertura de processo de quebra de decoro parlamentar ou arquivamento do procedimento.
Declaração – Zé Teixeira compareceu a sessão desta terça-feira (18), depois de ser solto no último domingo (16), após ser preso pela Polícia Federal, por ser um dos alvos da Operação Vostok, que investiga eventual pagamento de propina por parte do Grupo J&F – controlador da JBS – para obtenção de benefícios fiscais.
O deputado disse que em quatro anos, vendeu mais de 6 mil cabeças de gado para JBS.
“Apresentei toda as notas fiscais, atestados sanitários e extratos bancários, além de responder tudo que me foi perguntado.
Minha vida é um livro aberto e não é um delator que vai apagar a história de 50 anos de trabalho”.