Pouco mais de um ano atrás, no dia 17 de março, Eloisa Rodrigues de Oliveira, de 36 anos, foi morta com quatro facadas pelo ex-marido, Fabiano Querino dos Santos, de 36 anos. O crime aconteceu na frente dos filhos da vítima, na residência que vivia no Parque do Lageado, em Campo Grande.
“A gente vai levando, a dor é uma ferida que nunca vai cicatrizar. Todo dia oramos pela alma dela e peço que Deus ilumine onde ela está”, diz Ernande de Oliveira, pai de Eloísa. Desde o final de dezembro ele está com a guarda do neto, filho mais novo de Eloísa e fruto da relação dela com Fabiano.
Segundo Ernande, não há mentiras na criação do menino, que quando chama pela mãe recebe a resposta de que ela está no céu e que foi morta pelo pai dele. “Falo a verdade sempre, não vou esconder nada dele, ele é muito inteligente”, conta o avô, orgulhoso da esperteza do neto.
Para ele, a condenação de 26 anos e cinco meses, definida para Fabiano em júri de novembro de 2022, é muito pouco. “Perdi uma filha e isso é muito pouco, nós que sofremos enquanto ele pode sair quando terminar de cumprir a pena”, lamentou Ernande, complementando que não há nada mais a ser feito. “Tava na hora dela partir, Deus sabe a hora que a gente parte”, finalizou.
Ex-sogra de Eloísa, Terezinha da Silva foi quem acolheu os filhos da vítima assim que tudo aconteceu. Hoje nenhum dos netos mora com ela, mas o contato com todos permanece. “Os cinco que são meus netos mesmo estão morando com meu filho, já o menorzinho, que é filho do assassino, foi morar com o pai da Eloísa em São Paulo”, detalhou.
No dia que completou um ano da morte, uma das netas mandou mensagem para Terezinha. “Hoje faz um ano da mãe, né?”, lamentando. “A gente quase não fala sobre o assunto, porque é muito dolorido. Eu respondi que infelizmente não temos o que fazer, avisamos a Eloísa sobre o Fabiano, mas ela não escutava”, lamenta Terezinha.
Para ela, a pena que Fabiano recebeu também foi menor do que ele merecia. “Ele espancava muito ela, matou ela na frentes dos filhos, merecia muito mais”, disse, confessando que por certo tempo viveu com medo de Fabiano sair da cadeia e ir atrás dela, já que o filho dele estava sendo criado por ela.
“No final de dezembro, depois do natal, falei pro pai da Eloísa ficar com o bebê. Toda essa situação piorou minha diabetes e fiquei muito mal da coluna, não tinha como cuidar dele como merecia. Todos os dias oro para que ele cresça um menino bom e não seja igual ao pai dele, que é um marginal. Ainda tenho contato com ele sim, o Ernande sempre me manda fotos”, finalizou.