Falhas de projeto e de execução atrasaram o cronograma da obra, conforme o coronel Carlos Alexandre Bastos Vasconcellos, encarregado do serviço pelo 9º BEC (Batalhão de Engenharia e Construção) do Exército, levaram o Governo do Estado a agir diante da necessidade de concluir o mais rápido possível o projeto de restauração e de ampliação do aeroporto ‘Francisco de Mattos Pereira’, em Dourados.
O vice-governador José Carlos Barbosa (Barbosinha) e o prefeito da cidade, Alan Guedes, reuniram-se nesta terça-feira (12), no canteiro de obras, com o general Bernardes, diretor do Departamento de Obras e de Cooperação do Exército em Brasília, com os diretores da SAC (Secretaria Nacional de Aviação Civil) do Ministério dos Portos e Aeroportos do Governo Federal e com encarregados locais do serviço, para discutir alternativas de aceleração no serviço.
Barbosinha reconheceu, contudo, que no estágio atual das obras do aeroporto, não é o momento de procurar culpados pelo atraso. ”Estou aqui, em nome do governador Eduardo Riedel, para colocar a estrutura do Governo à disposição do Exército e do Município, no sentido de auxiliar no que for necessário para que essa obra tão importante para a população de Dourados e de toda a nossa região venha a ser liberada para pousos e decolagens”. O primeiro Plano de Trabalho para a realização do serviço foi assinado em 2017.
O diretor de Investimentos da SAC, Thiago Pereira Pedroso, garantiu, após ouvir as explanações em torno do projeto, que o órgão já dispõe de cerca de R$ 38 milhões a serem aplicados na implantação do novo terminal de passageiros no local. “Esse recurso foi incluído no PAC [o Programa de Aceleração do Crescimento, anunciado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva no mês passado, em Brasília] e já está em execução em várias partes do País”, informou o diretor, que também visitou o canteiro de obras acompanhado de Marcio Maffili Fernandes, coordenador geral de Projetos Aeroportuários e Guilherme Afonso, coordenador geral de Investimentos na SAC.
“É importante que o Governo Federal, por meio da SAC, garanta a liberação do dinheiro para que Dourados possa ter um novo e moderno terminal de passageiros, à altura da importância que representa uma região de quase 1 milhão de habitantes e onde o setor empresarial, sobretudo, ressente-se da falta dessa condição de transporte”, disse o vice-governador, somando-se aos esforços das lideranças de Dourados para buscar o dinheiro – estimado pelo Exército em torno de R$ 9 milhões – que vai faltar para implantar o serviço de taxiway e o grooving (as ranhuras para reduzir o impacto de velocidade nas aterrissagens), que deverá exigir um aporte da ordem de R$ 2 milhões, entre outros pequenos serviços.
Correções
Durante a apresentação do estágio atual das obras, o coronel Vasconcellos disse que a intenção era que em agosto deste ano o Exército pudesse entregar o serviço concluído, mas foram verificadas ondulações que comprometeram esse calendário. A solução técnica, segundo ele, foi buscar a ajuda do IME [o Instituto Militar de Engenharia] na prestação de serviços e avaliação das condições de natureza técnico-científicas na obra.
“Concluímos pela necessidade do reforço de mais uma capa, solução já em execução e na parte nova, de 400 metros, também com duas capas, para enfrentar as ondulações. Esses testes queremos concluir até dezembro para iniciar o processo de homologação, trabalho que é a cargo da Prefeitura. A drenagem a jusante da bacia também já iniciamos, depois do episódio de fevereiro quando em 18 dias choveu 275mm, mais que a vazão do projeto da bacia; transbordou tudo e agora a Prefeitura tem que fazer a parte dela, de canalizar a água pra evitar que a gente tenha que ficar desviando”, demonstrou o encarregado da obra.
“Por isso, ainda não é possível garantir que antes do fim do segundo trimestre do ano que vem a população já possa dispor de uma pista apropriada para pousos e decolagens”, avaliou o vice-governador, ao oferecer a estrutura do Estado nesse desafio. “Não são apenas os atrasos na liberação de recursos do cronograma de serviço, houve as questões climáticas, os erros de projeto e de execução que agora exigem essas correções, mas o Estado está presente, pronto para colaborar e evitar que nossa população tenha que esperar por muito mais tempo para essa solução”, concluiu o vice-governador.
Clóvis de Oliveira, da Vice-governadoria