Área livre de aftosa é o eixo central das ações anunciadas no 8º Fórum PNEFA em Mato Grosso do Sul, onde representantes do governo, produtores e técnicos reforçaram a estratégia conjunta para manter o status sanitário e ampliar o acesso a mercados externos.
Vigilância e cooperação para manter a área livre de aftosa
A confirmação do status de área livre de aftosa sem vacinação posiciona Mato Grosso do Sul em vantagem competitiva, mas exige vigilância contínua. Durante a abertura do 8º Fórum PNEFA, o diretor-presidente da Iagro apresentou o sistema digital de monitoramento que integra inteligência territorial e ações de resposta rápida. A mensagem foi uniforme: a conquista precisa ser preservada por meio de fiscalização, monitoramento epidemiológico e articulação entre produtores e os governos estadual e federal.
Programa e atuação institucional
O Fórum PNEFA reuniu lideranças do setor agropecuário, médicos-veterinários, zootecnistas, sindicatos e representantes da Iagro e da Semadesc. Na ocasião, foi destacado que a ausência de vacinação contra a febre aftosa não diminui a necessidade de práticas sanitárias rigorosas. A Iagro reforçou que, em caso de eventualidade, há protocolos e capacidade de resposta, fruto do investimento em sistemas digitais e monitoramento contínuo.
Do MS para o mundo: mercados e competitividade
Na palestra “Do MS para o Mundo: Ações do Governo para acesso a novos mercados”, o secretário da Semadesc destacou que o Estado tem se consolidado como potência agroambiental. A expansão produtiva recente foi citada com crescimento de 516% na área plantada em diversas culturas. Esse ganho de produtividade, aliado ao status sanitário, amplia as janelas comerciais para produtos como proteínas animais, complexo soja e produtos florestais.
Dados do comércio exterior
Mato Grosso do Sul movimenta cerca de R$ 9,9 bilhões por ano no comércio exterior e exporta para 170 países, com forte presença na Ásia, Europa e América do Norte. O Estado aparece como o 7º maior exportador nacional de carnes em 2024, respondendo por 6,54% das exportações brasileiras de carne e com participação da proteína animal representando 17,93% do total das exportações do Estado — mais de US$ 1,9 bilhão relativos a quase 490 mil toneladas.
Conformidade ambiental e requisitos internacionais
A implantação de uma plataforma de conformidade ambiental, desenvolvida em parceria com a União Europeia e instituições acadêmicas, coloca o Estado em posição de vanguarda frente às exigências de desmatamento zero e rastreabilidade. A plataforma foca nas cadeias da soja, milho e pecuária e é ferramenta central para atender a compradores internacionais que exigem comprovação de sustentabilidade e baixa emissão de carbono.
Desafios na adequação às exigências
Entre os desafios elencados estão a adaptação às exigências europeias, comprovação de sustentabilidade, recuperação de pastagens e integração lavoura-pecuária-floresta. Além disso, fatores externos como mudanças em acordos internacionais, transição tributária e instabilidades geopolíticas podem influenciar o ritmo de abertura de novos mercados.
Logística como alavanca de exportação
A logística foi apontada como peça-chave para escoamento e redução de custos. Projetos como a Rota Bioceânica e a ponte internacional entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, com mais de 80% das obras concluídas, são citados como vetores de integração com mercados do Pacífico. Investimentos em rodovias, hidrovias e ferrovias completam a estratégia para reduzir prazos e ampliar competitividade.
Integração público privada e próximos passos
O Fórum evidenciou que o elo entre produtor e governo é determinante para manter a área livre de aftosa e converter esse status em oportunidades comerciais. A orientação é manter programa permanente de vigilância, aprimorar ferramentas digitais de monitoramento e avançar em certificação ambiental. Para produtores e técnicos, o compromisso é seguir as normas sanitárias e adotar práticas sustentáveis que consolidem a confiança dos compradores internacionais.
Com discurso alinhado entre Semadesc, Iagro e setor produtivo, Mato Grosso do Sul aposta na combinação de sanidade animal, conformidade ambiental e infraestrutura logística para ampliar sua presença global. O esforço conjunto busca não só manter o atual status sanitário como transformá-lo em vantagem competitiva permanente para o agronegócio sul-mato-grossense.
Relatório do evento e pronunciamentos foram apresentados por representantes da Semadesc e da Iagro, com participação de produtores, técnicos e lideranças rurais.










