Motoristas recebem salário e retomam a operação em Campo Grande ainda na noite desta quinta-feira, após confirmação do pagamento dos salários atrasados e da expectativa de depósito do 13º salário. A informação foi confirmada pela direção da categoria, que começou a convocar os profissionais para a volta aos trabalhos de forma gradual.
Retomada gradual e previsão de normalização
A convocação feita pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STTCU-CG) prevê que os motoristas escalados para o turno noturno assumam os postos nas próximas horas. Segundo a entidade, comandada por Demétrio Freitas, a operação será restabelecida de forma gradativa devido ao tempo necessário para deslocamento às garagens e para a reorganização das linhas.
Fontes da categoria indicam que a expectativa é de que a circulação atinja a normalidade em todas as linhas a partir da manhã desta sexta-feira. O processo de retorno inclui checagem técnica dos veículos, escala de motoristas e comunicação às estações e terminais para evitar descontinuidade no serviço.
Motivos da paralisação e negociação
A paralisação, que durou quatro dias desde a segunda-feira (15), ocorreu em razão do não pagamento integral da folha salarial de novembro. O recuo do movimento foi condicionado à quitação dos 50% restantes da folha e à garantia do pagamento do 13º salário pelo Consórcio Guaicurus.
O Consórcio justificou a falta de pagamento alegando ausência de fluxo de caixa, o que motivou articulação entre a Prefeitura e o Governo do Estado para viabilizar antecipação de verbas previstas para janeiro. Essa antecipação foi apresentada como medida determinante para o encerramento da paralisação, que atingiu mais de 100 mil usuários do transporte coletivo.
Impacto para usuários e logística
Durante a paralisação, usuários enfrentaram redução ou suspensão de linhas, o que gerou reclamações e transtornos em rotas urbanas e regionais. Autoridades e operadores do sistema passaram a monitorar os itinerários prioritários para atendimentos emergenciais, enquanto a normalização avança com prioridade para corredores mais demandados.
O sindicato orientou os passageiros a acompanharem os horários e eventuais ajustes por meio dos canais oficiais e destacou que a retomada deve ocorrer de forma progressiva para preservar a segurança operacional.
Questão jurídica e multa aplicada
Durante o movimento, a Justiça do Trabalho determinou retomada escalonada da frota sob pena de multa diária de R$ 200.000,00. A categoria, no entanto, manteve a paralisação total até a confirmação efetiva dos repasses financeiros. Com o retorno ao trabalho, a liderança sindical informou que aguarda reavaliação por parte do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região sobre a aplicação da multa.
Especialistas em direito trabalhista consultados pela categoria apontam que a decisão do tribunal e pedidos de reavaliação podem levar em conta a comprovação do pagamento e as circunstâncias que impediam o funcionamento regular do consórcio.
Próximos passos e garantias
Além do pagamento dos vencimentos atrasados, os trabalhadores buscam garantias contratuais para evitar nova quebra de caixa no curto prazo. A Prefeitura e o Governo do Estado mantêm canais abertos com representantes do Consórcio e do sindicato para acompanhar a execução dos repasses e o cumprimento dos cronogramas financeiros.
Representantes sindicais também prometem fiscalizar o pagamento completo do 13º salário e eventuais ajustes na folha para assegurar que direitos trabalhistas sejam respeitados nos próximos meses.
Resumo do caso
- O que aconteceu: paralisação de motoristas por falta de pagamento integral da folha.
- Condição para retorno: quitação de 50% restantes da folha de novembro e garantia do 13º.
- Impacto: mais de 100 mil usuários afetados e circulação parcial por dias.
- Situação jurídica: multa diária de R$ 200 mil aplicada; avaliação pelo TRT aguardada.
Com o reinício das atividades, as atenções se voltam para a normalização plena do serviço e para a definição de mecanismos que previnam novas paralisações. Enquanto isso, passageiros e operadores seguem acompanhando atualizações sobre horários e linhas até o retorno total da operação.










