Os investigadores da 6ª Delegacia de Defesa da Mulher ouvem nesta quarta-feira o ginecologista André Luiz Malavasi, que atendeu Najila Trindade quando ela retornou ao Brasil após o suposto estupro de Neymar.
Ela acusa o atacante de ter cometido este crime durante um encontro dos dois em Paris. O jogador do PSG nega a acusação.
A presença do profissional foi solicitada pelo advogado Cosme Araújo, que assumiu a defesa da modelo na semana passada.
A realização da consulta médica causou surpresa nos investigadores, pois a mesma não havia sido mencionada por Najila no primeiro depoimento.
Ela só tinha citado uma consulta com o médico Eduardo Campedelli, especialista em gastroenterologia, no dia 21 de maio. O documento cita hematomas e arranhaduras na região dos glúteos.
Na última terça-feira, três pessoas prestaram depoimentos. Um deles foi Fabiano Verardi, amigo de Najila, que foi interrogado por quase três horas, mas saiu sem dar declarações à imprensa.
Outro depoimento foi prestado pela médica legista que examinou Najila no dia 31 de maio, quando ela registrou o Boletim de Ocorrência.
A delegada Juliana Bussacos, que preside o inquérito, solicitou a presença da médica para eliminar dúvidas sobre o exame do corpo de delito. Embora o exame não tenha apresentado lesões típicas de violência sexual, os peritos não descartam a hipótese de estupro.
O terceiro a depor nesta terça-feira foi Danilo Garcia, ex-advogado de Najila no caso.
Ele foi ouvido sobre o sumiço do celular da modelo. Em seu segundo depoimento, ela declarou que ele foi perdido na primeira vez em que esteve na delegacia.
Na visão dos investigadores, o celular é importante, pois no aparelho estariam as imagens do segundo encontro entre Neymar e Najila, que teriam sido gravadas pela própria modelo.
Os novos depoimentos desta semana deram rumos diferentes ao inquérito. No final da semana passada, havia a expectativa de encerramento das oitivas e encaminhamento do relatório final ao Ministério Público. A entrada do advogado Cosme Araújo no caso e com uma nova estratégia de defesa pode exigir a realização de novos depoimentos.
Além disso, as autoridades ainda aguardam imagens da Polícia Judiciária de Paris captadas pelas câmeras de segurança do hotel que mostram o encontro entre Neymar e Najila Trindade.
As novas provas ainda não chegaram. Por essas razões, a polícia considera a extensão do prazo de investigações por mais 30 dias.