A vida 4×4 de Reinaldo, ser humano movido a adrenalina e reverência

A escolha pelo Direito foi inspirada na carreira do pai, o advogado Cyro Escobar Ribeiro. Já o trabalho precoce no TJMS veio em consequência da ligação com o Desembargador Higa Nabukatsu, que na época era casado com uma tia sua. É exatamente assim que Reinaldo Rodrigues Ribeiro começa a trilhar a sua bem-aventurada história profissional. E de trilha ele entende bem, mas isso é apenas um spoiler do que vem mais adiante.

“Ingressei no Tribunal de Justiça ainda guri, com 17 anos, como oficial de gabinete de Desembargador e fui lotado inicialmente no almoxarifado. Mesmo tempo em que comecei a fazer Direito na Faculdade Unidas Católicas em Campo Grande (FUCMAT)”, esclarece o protagonista sobre o início de sua carreira pública.

E lá estava o Judiciário de Mato Grosso do Sul colaborando para uma das primeiras realizações de Reinaldo. “Me assumi financeiramente e tive a possibilidade de custear meus estudos e meu sustento. Era um trabalho árduo e pesado pois todos os meses fornecíamos todo material de consumo para o TJ e para todas as comarcas do Estado”.

Reinaldo conta ainda que, na época, as comarcas preenchiam um formulário de requisição de material. “A gente separava o material, embalava e despachava pelo correio. Depois a gente datilografava o preço unitário do item solicitado em 3 vias carbonadas, multiplicava pela quantidade e datilografava o preço total. Em seguida somava o preço total de cada item para datilografar o valor total da requisição. Nem dá mais para imaginar um trabalho assim nos dias de hoje”.

Em fevereiro de 1986, Reinaldo foi trabalhar no Departamento do Conselho Superior da Magistratura e, enfim, passou a usar seus conhecimentos jurídicos conquistados na faculdade. Em 1992 recebeu o convite do Desembargador Rubens Bergonzi Bossay para ser assessor jurídico-administrativo da Presidência, onde atuou por 17 anos. “Lá me especializei em fazer projetos de lei, minutas de resolução, provimento, portaria, contratos e convênios”, recorda mais um momento de grande satisfação.

Até que no ano 2000 a vida fora do Tribunal provocou um encontro audacioso. “Descobri o jipeiro que existia dentro de mim. De lá pra cá, sempre que posso, estou nas trilhas do caminho com os amigos em comum”, divide aqui.

De volta à estrada profissional, desde abril de 2012 a função de Reinaldo é colaborar para a regulamentação dos projetos e das ações protetivas e socioeducativas das crianças e dos adolescentes. Assessor da Coordenadoria da Infância e da Juventude, Reinaldo diz que se encontrou na carreira. “Curti muito a assessoria da Presidência, mas mais ainda a assessoria jurídica da Coordenadoria da Infância por conta do público-alvo. Tudo que fazemos é para proteger a criança e o adolescente”, releva animado a sua predileção.

“A Coordenadoria fez uma parceria com o Comando Militar do Oeste (CMO), o programa Força nos Esportes (Profesp), que oferecia condições para prática de atividades esportivas para crianças que viviam em entidades de acolhimento”, destaca quando perguntado sobre um momento inesquecível no emprego dos sonhos.

E segue: “a responsabilidade do TJMS na parceria era disponibilizar o transporte para as crianças dos abrigos até o CMO, e vice-versa, duas vezes por semana. E no início não tinha a van e o motorista. Naquele afã de colocar o projeto em funcionamento, peguei a Doblò e fazia de duas a três viagens no primeiro mês e por deliberação própria”.

Mas foi lá atrás, na assessoria jurídica administrativa da Presidência que Reinaldo pôde investir no seu primeiro jipe. “Cresci com a vontade de ter um jipe. Quando pequeno eu gostava de brincar no barro. Ainda vivo, meu pai me ensinou a dirigir num jipe e fiquei com aquele saudosismo do barro e do jipe”, diz hoje realizado.

Essa história não poderia terminar sem antes revelar que o também pai Reinaldo já levou a filha Thais Pavão Ribeiro, que identicamente trabalha no TJMS lotada na CPE, de jipe no casamento dela, arrastando latinha e tudo! Veículo 4×4 que deve acompanhá-lo na aposentadoria pelo litoral nordestino onde esse campo-grandense pretende morar.

Autor da notícia: Secretaria de Comunicação – imprensa@tjms.jus.br