Sete meses após virar alvo de investigação por roubo de veículo e passar meses internado na Clínica Carandá, o policial civil Georges Lemos, de 44 anos, foi preso. O cumprimento do mandado de prisão veio à público nesta sexta-feira (6), após divulgação, no Diário Oficial do Estado, da decisão da Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul de afastar compulsoriamente o investigador de suas funções.
Apesar de só ter sido preso na terça-feira passada, dia 3, não é de hoje que o policial tem problemas com a Justiça. Ao que consta em processos que tramitam contra ele na Justiça estadual, o investigador só não foi preso em abril deste ano porque não foi encontrado e dias depois de ter mandado de prisão expedido contra si, se internou na clínica psiquiátrica. Além da acusação de roubo, ele é réu em ação penal por desviar dinheiro de delegacia.
O “rolo” – Conforme relatado em inquérito contra o policial, na manhã do dia 15 de abril deste ano, o policial “ajudou” um agiota a cobrar devedor. Georges e o outro homem foram até a Avenida Bandeirantes onde abordaram um vendedor de biscoitos, de 42 anos. A vítima relatou ter sido colocada dentro de seu veículo, ameaçada e agredida.
O vendedor narrou em depoimento que o tempo todo, o investigador, que havia se apresentado como “Rocha”, apontava arma para sua cabeça.
Ainda de acordo com o denunciante, o policial tentou amedrontá-lo, dizendo: “tem um grandão atrás de mim e esse grandão é pior que eu, e eu não sou tão bonzinho quanto o G…”.
Depois de “algumas voltas” com o agiota no volante e o investigador no banco de trás, o autônomo foi deixado no mesmo lugar da abordagem, sem o carro, um Chevrolet Onix prata, e seu celular. Contou ainda que foi obrigado a gravar vídeo dizendo que estava entregando o veículo para quitar dívida.
A vítima relatou que, em 2018, contraiu empréstimo de R$ 6 mil com agiota conhecido em Campo Grande, dono de um lava-jato. Disse que conseguiu pagar R$ 4 mil no ano seguinte, mas só R$ 300 em 2020. Tentava renegociar o débito.