Câmara decide se novas denúncias contra vereadores vão para o plenário

O presidente da Câmara de Dourados, vereador Alan Guedes (DEM), pretende decidir nesta segunda-feira (26) se as novas denúncias contra três parlamentares acusados de suposto tráfico de influência para beneficiar assessores e familiares em projeto habitacional no município serão levadas para o plenário ou arquivadas. 

Essa decisão ainda depende de parecer da Procuradoria Jurídica da Casa de Leis e de deliberação da Mesa Diretora, conforme apurado pelo Dourados News nesta manhã.

Formalizada na quarta-feira (21) por Marcos Cavalheiro, a denúncia pede abertura de comissões processantes contra Cido Medeiros (DEM), Cirilo Ramão (MDB), e Romualdo Ramin (PDT).

Contra os três vereadores pesa acusação de tráfico de influência para beneficiar assessores ou familiares na seleção de beneficiários no Projeto Lote Urbanizado, da Agência Estadual de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul em convênio assinado com a Agência Municipal de Habitação de Dourados.

Sobre Cido Medeiros, o denunciante afirma haver indícios de que a prática do crime de tráfico de influência ocorreu porque a coordenadora de um movimento social por moradia teria indicado a pedido do vereador uma assessora do mesmo para ser contemplada, “sem realização das triagens por assistente social da ONG Instituto Nossa Casa de Dourados, que apenas emprestou a documentação constituitiva a Municipalidade para a assinatura do convênio com o Governo do Estado”.

Ao Dourados News, Cido Medeiros rebateu a acusação.

“Não sabia que essa pessoa que trabalha comigo havia feito inscrições para as casas. Estou tranquilo, vou me justificar, não devo nada. Se a pessoa não tem casa e fez a inscrição, é problema dela, eu não tenho nada com isso. Com essa denúncia estão colocando o próprio Ministério Público em xeque, já que é tudo averiguado por eles”, pontuou.

Quanto a Cirilo Ramão, o acusador diz que ele indicou um assessor parlamentar para ser beneficiário do programa, também com a chancela da líder comunitária que preside o movimento social por moradia. Desde a formalização da denúncia, ele ainda não se manifestou a respeito.

Em relação ao vereador Romualdo Ramim, a peça acusatória formalizada na Casa de Leis indica que o beneficiário do mesmo programa habitacional, por sua indicação, seria um assessor parlamentar lotado no gabinete de quem também seria primo de terceiro grau, além de outros parentes do mesmo.

Ramim disse não ter cometido qualquer irregularidade e que pretendia registrar um boletim de ocorrência contra o denunciante.

“É difícil para gente. Estou estranhando uma situação dessas porque hoje qualquer cidadão pode chegar lá na Câmara, não levanta a vida da pessoa. Sou nascido e criado em Dourados, na Cabeceira Alegre, sou de uma família humilde, virei vereador depois de 60 anos de idade, então é uma situação complicada, agora vai lá um cidadão na Câmara e protocola uma denúncia falando isso”, afirmou.