Ciúmes e acerto de contas podem ter iniciado chacina e onda de violência na fronteira

Após buscas feitas na ‘cela vip’ do narcotraficante Faustino Ramón Aguayo, o Ministério Publico paraguaio agora investiga a possibilidade de a chacina ter sido motivada por ciúmes e também por acerto de contas entre membros do crime organizado na região. Nesta quarta-feira (13), tanto o governo paraguaio, em conjunto com a Polícia Federal do Brasil, como o Governo do Mato Grosso do Sul anunciaram força-tarefa para conter a onda de violência.

Durante a vistoria feita na Penitenciária Regional Pedro Juan Caballero na manhã desta quinta-feira (14), foi constatado que a cela mais parecia um apartamento de luxo. Para a surpresa dos promotores envolvidos na operação, com o traficante estava a jovem Mirna Keldryn Romero Lesme, de 22 anos.

Ela é apontada como “pivô” do atentado, segundo informações do ABC Color, uma vez que seria a ex-namorada de Osmar “Bebeto” Álvarez, supostamente envolvido com o narcotráfico e que foi assassinado pelos pistoleiros. Ela também tinha amizade com Haylée Acevedo, filha do governador de Amambay, Ronald Acevedo, que também foi morta na onda de violência.

A polícia investiga também se o ataque, que resultou na morte de quatro pessoas, estaria relacionado a um acerto de contas entre traficantes de drogas, uma vez que as investigações indicaram que Bebeto teria uma dívida com Faustino Ramón Aguayo.

Considerando a ligação que Mirna Keldryn tinha com Haylée, as investigações levam a polícia a acreditar que a filha do governador também era alvo da chacina, uma vez que ela vinha sendo apontada como atual namorada de Bebeto.

 

Ligações perigosas

 

Considerada amante narcotraficante Faustino Ramón Aguayo , Mirna era casada com o ex-agente da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) Carlos Gustavo Rodríguez, de 29 anos, que pediu demissão da instituição.

O ex-agente posteriormente foi investigado por supostas ligações com o  PCC (Primeiro Comando da Capital). Rodríguez foi assassinado em dezembro do ano passado, após ser baleado no bairro Virgen de Caacupé, em Pedro Juan Caballero.

Outro fato que surpreendeu os investigadores do caso é que além da amizade que tinha com Haylée, Mirna Keldryn, que estava na cela do narcotraficante, é filha do atual secretário Municipal de Sanidade e Higiene, Oscar Romero. No dia da chacina, ela foi vista chorando sobre o corpo de Bebeto. Há informações de que ela tinha acabado de sair da academia.

A pasta que ele ocupa, cuida da limpeza pública de Pedro Juan Caballero. Romero é considerado homem de confiança de José Carlos Acevedo, reeleito para o quarto mandato de intendente da cidade e tio de Haylée.  Ele inclusive substituiu Acevedo na prefeitura, uma vez que na estrutura eleitoral dos municípios paraguaios, não existe a figura do vice-prefeito.

Fonte: midiamax