Dólar opera acima de R$ 5,70, com mercado digerindo furo no teto e baixas na Economia

O mercado doméstico reage nesta quinta-feira (22) à “debandada” no Ministério da Economia, anunciada na véspera, após o fechamento dos pregões.

O dólar spot operava em alta de 0,85% na abertura, cotado a R$ 5,7039. Mia cedo, o dólar futuro superava R$ 5,70 pela primeira vez desde abril, conforme investidores seguiam impondo nos preços riscos maiores de abandono da responsabilidade fiscal com o furo do teto de gastos.

O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram demissão, junto com a secretária especial adjunta do Tesouro , Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo.

Os secretários resolveram deixar seus cargos depois da decisão do governo de romper o teto de gastos para acomodar o Auxílio Brasil.

A gota d´água teria sido  o silêncio do ministério da Economia, Paulo Guedes, depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prometer um auxílio para caminhoneiros contra o aumento do diesel, e à mudança no teto de gastos, que ampliaram o espaço do teto para R$ 83,6 bilhões.

As manobras para furar o teto foram aprovadas dentro da PEC dos Precatórios, aprovada ontem à noite pela comissão especial da  Câmara. A ideia original da PEC era jogar R$ 50 bilhões em precatórios para frente, mas o texto aprovado ontem garante um espaço ainda maior, de R$ 83 bilhões para bancar um “pacote de bondades” que ajude a reeleição de Bolsonaro.

O mercado já reagia negativamente a essas notícias ontem, fazendo com que a bolsa brasileira ficasse no topo da lista de piores bolsas do mundo no ano, com perdas que já chegam a R$ 284 bilhões.