O presidente Lula classificou os protestos contra ele nesta terça-feira (25/4), em Lisboa, como uma “cena de ridículo”, organizados por quem quer “aparecer”.
Deputados e manifestantes ligados ao Chega, partido de extrema direita em Portugal, realizaram atos contra o petista durante visita dele à Assembleia da República de Portugal.
“É a coisa mais natural da democracia. Mas eu, às vezes, lamento porque as pessoas quando não têm uma coisa boa para fazer e aparecer, as pessoas fazem essa cena de ridículo”, declarou o mandatário brasileiro à RTP, emissora portuguesa, após a sessão no parlamento.
“Eu sinceramente não sei como essas pessoas vão chegar em casa e olhar para os filhos, para os pais, e falar que vieram à Assembleia participar de um evento, praticamente em homenagem à Revolução dos Cravos, porque foi para isso que eu vim aqui, a convite do presidente [Marcelo] Rebelo, mas quem faz política está acostumado a isso.”
O ato aconteceu nas imediações da Assembleia da República da Portugal, onde o petista foi recebido em sessão solene e discursou por volta das 10h30 (6h30 no Brasil).
Os participantes do protesto seguravam cartazes com frases como “Lugar de ladrão é na prisão” e “Tolerância zero à corrupção”. A polícia não divulgou uma estimativa de presentes no local.
Também havia manifestantes favoráveis a Lula do lado de fora da Assembleia da República. A maioria vestia camiseta vermelha, em alusão à cor da bandeira do PT.
“Eu acho que essas pessoas quando voltarem pra casa e deitarem a cabeça no travesseiro vão falar: ‘que papelão nós fizemos’”, finalizou.
Protestos no parlamento
Dentro do plenário do parlamento, 12 deputados do Chega e do Iniciativa Liberal, partido de direita, também realizaram protestos contra Lula durante a sessão.
Os parlamentares ergueram cartazes com frase como “Chega de Corrupção” e “Lugar de Ladrão é no Brasil”. Alguns deles também empunhavam bandeiras da Ucrânia.
Lula condena “violação territorial” da Ucrânia durante sessão tumultuada em Lisboa
Revolução dos Cravos
A visita de Lula à Assembleia coincide com as comemorações do aniversário da Revolução dos Cravos, movimento político que depôs um regime ditatorial que vigorava no país, abrindo as portas para a volta da democracia.
A data, por si só, já movimenta a cidade. Inicialmente, Lula participaria da sessão oficial da Assembleia da República em que a Revolução dos Cravos será comemorada.
Após protestos de deputados portugueses da direita e extrema direita, a participação do petista foi cancelada, e ele marcou presença em uma sessão solene de recepção exclusiva.
Da Assembleia, Lula seguirá diretamente para Madri, onde participará de um fórum com empresários ainda na terça. Na quarta-feira (26/6), ele terá encontros com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, e com o rei Felipe VI.
Fonte: Metrópoles