O pai de uma criança de 11 anos denunciou o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) Hércules Mandetta, no Jardim Noroeste, em Campo Grande, por falta de atendimento após a menina cair e bater a cabeça. A queda aconteceu no último dia 27 e um boletim de ocorrência foi registrado no último sábado (1º).
Ao Jornal Midiamax, o homem explicou que sua filha participa de um projeto social no CRAS e teria sido derrubada de um banco durante uma aula. Após a queda, a criança teria sofrido uma convulsão e, segundo o familiar, não foram prestados os primeiros socorros.
“Ela foi derrubada de uma mureta/banco e o local não tinha protocolos e procedimentos de primeiros socorros, tanto que minha filha foi transportada por familiares à unidade de saúde do Noroeste, e somente lá, às 17h27, que o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou e levou ela para a Santa Casa”, disse o pai.
Na Santa Casa, criança foi submetida a exames de tomografia e atendida por um neuropediatra. Inicialmente, os resultados não apontaram sequelas, mas outros exames constataram comprometimento nas vértebras L3, L4 e L5 — localizadas na região lombar da coluna vertebral.
Após tomar conhecimento do ocorrido, o homem protocolou um ofício ao CRAS pedindo esclarecimentos, mas não foi atendido. Ele também foi até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), onde registrou boletim de ocorrência por preservação de direito.
“Estou sendo super educado com o local, buscando os esclarecimentos como pai e preocupado com possibilidades de sequelas na minha filha, que inclusive quer só dormir. O CRAS não deu nenhuma assistência e apoio até agora”, acusa o pai.
O que diz a SAS?
Diante da situação, o Jornal Midiamax acionou a Prefeitura Municipal de Campo Grande que, por meio da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania), confirmou o incidente, mas negou registro de convulsão no CRAS e omissão de socorro.
“A Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (SAS) informa que uma criança se envolveu em um incidente enquanto brincava com outras crianças que acompanhavam as mães que participavam de um curso.
A criança sofreu uma queda, resultando em cortes na boca e ferimentos no rosto. Não houve registro de convulsão na unidade do Cras. A equipe, capacitada em primeiros socorros, acionou a família e o SAMU. No entanto, uma tia optou por levar a menina à UBS do Jardim Noroeste por conta própria, sendo acompanhada por uma técnica do Cras, que permaneceu no local para garantir o atendimento“, diz, em nota.
Além disso, a SAS rebateu a acusação de omissão de socorro, pois informou que três colaboradoras ficaram no CRAS após o encerramento do expediente para acolher os familiares e prestar os devidos esclarecimentos.
“Uma assistente social, uma técnica e uma educadora permaneceram no Cras após o horário de expediente para acolher a família e prestar os devidos esclarecimentos. As mães das demais crianças envolvidas também ficaram no local para colaborar.
O pai da criança esteve no Cras e foi acolhido pela assistente social, que repassou todas as informações. Às 23h05, conforme registrado em ata, a assistente social entrou em contato com a mãe da criança, que informou que a filha havia feito tomografia do crânio e da coluna, estava bem e seguiria em observação.”
Por fim, a SAS informou que, no dia seguinte ao incidente, a mãe da criança retornou à unidade, onde foi recebida pela coordenação e equipe. “No dia seguinte, a mãe retornou ao Cras, foi recebida pela coordenação e pela equipe, que segue acompanhando o caso e prestando a assistência necessária”, finalizou.










