Preso por planejar fuga para Itália enquanto responde ação penal por desvios de R$ 8 milhões, o ex-coordenador da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Paulo Henrique Muleta (ou Moletta) Andrade, teve pedido para deixar país negado pela Justiça.
Conforme publicado no Diário da Justiça desta quinta-feira (27), juízo da 2ª Vara Criminal de Competência Residual considerou a nova prisão de Muleta para negar o pedido. “Considerando que esse Juízo decretou a prisão preventiva de Paulo Henrique Muleta Andrade, tendo em vista os indícios de novos crimes e do perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado, INDEFIRO o pedido de autorização para se ausentar do país“.
A defesa do ex-coordenador da Apae tenta HC (Habeas Corpus) para tirá-lo da prisão. Liminar já foi negada.
O ex-coordenador foi preso pela segunda vez, após o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagrar a Operação Occulto, no dia 10 de março.
A prisão ocorre em meio às investigações, iniciadas em 2021, que apura desvios de R$ 8.066.745,25 na entidade. Os valores eram repassados pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) para tratamento de pacientes ostomizados. O Gaeco revelou que o então coordenador, juntamente com empresários e agentes públicos, se utilizavam de empresas de fachada para simular vendas para a rede pública de saúde.
A primeira prisão ocorreu em novembro de 2023, durante deflagração da Operação Turn Off, que revelou esquema de desvios de contratos que superam os R$ 68 milhões. A ação também denunciou os empresários Lucas Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Junior, o ex-secretário de educação, Edio Antônio Resende de Castro, além dos então servidores, Thiago Haruo Mishima e Simone de Oliveira Ramires Castro.
Já referente a prisão desta segunda-feira, o Gaeco informou que Muleta tentou obstruir as investigações ao tentar se desfazer de R$ 500 mil para evitar bloqueio. Além disso, o Gaeco afirma que o ex-coordenador pediu cidadania italiana para deixar o país.