Professores de Dourados afirmam que troca de escola por salas do 6º ao 9º ano é prejudicial ao município

O Governo do Estado está trocando uma escola estadual de 1º ao 5º ano, Escola Rotary Dr. Nelson de Araújo, por salas de 6º ao 9º ano da Rede Municipal. A acusação foi feita pelo SIMTED (Sindicato dos Trabalhadores em Educação em Dourados).

Segundo a entidade, muitos alunos  ficarão sem escolas próximas de suas residências e muitos educadores ficarão sem seus postos de trabalho.

Desde que o impasse foi criado em relação às propostas de municipalização e também de fechamento das salas  de aula, professores e pais de alunos estão tentando uma negociação com a prefeitura e também com o governo do Estado. Entretanto,  a prefeita Délia Razuk aceitou conversar somente  com  representantes da Comissão de Educação da Câmara de Vereadores. O encontro está  agendado para as 9h desta quarta-feira.

A medida que pretende ser adotada pelo município também foi denunciada pelo presidente do SIMTED, Juliano Mazzini, durante pronunciamento na sessão da Câmara Municipal na última segunda-feira. Segundo o sindicalista, a Prefeitura de Dourados não está falando a verdade em relação à proposta de fechamentos de salas de aula,  que irão afetar diretamente os estudantes das escolas   Aurora Pedroso de Camargo, Etalívio Penzo, Caic, Alvaro Brandão e Clarice Bastos Rosa.

Em nota publicada nesta terça-feira (10), a direção do  SIMTED questionou as declarações do secretário municipal de  Educação da Prefeitura de Dourados Upiran Jorge Gonçalves a uma emissora de televisão da cidade. “Ouvimos com estranhezas a declaração do secretário, que justificou estar seguindo a LDB para transferir 8º e 9º anos para a Rede Estadual”. Segundo a entidade, o secretário deveria saber que a Constituição e a LDB obrigam a Rede Municipal a oferecer a educação infantil e o ensino fundamental.

“A LDB também garante que as crianças tenham escolas próximas de suas residências. Com o fechamento das salas, estes alunos e alunas terão prejuízos e dificuldades para se locomoverem. Famílias terão que deixar seus filhos em escolas diferentes todos os dias. A atitude da atual administração não se baseia na legalidade, bem como não nos foi apresentado qualquer estudo que justifique a necessidade desta transferência ou que dê garantias para quem está trabalhando nestas áreas”, diz um trecho da nota.

Segundo os professores, o governo estadual terá lucro com esta troca, uma vez que os repasses das entidades federais são maiores. “O senhor secretário, juntamente com a prefeita, precisa explicar porque estão trabalhando na contramão de todas as legislações”, conclui a nota,  ressaltando que eles precisam explicar o que de fato está motivando estas mudanças.