Filho do casal estava junto no carro e segurava pai pela cintura, pedindo para ele parar. Episódio de violência doméstica ocorreu em Campo Grande, na noite desse domingo (11).
O inchaço nas mãos é de um herói anônimo, de 36 anos, que saiu de casa logo cedo pra trabalhar, nesta segunda-feira (12), em Campo Grande. Horas antes, na noite do dia anterior, ele usou do instinto para defender uma mulher e comenta que o programa Encontro, no qual falava sobre violência doméstica, o “inspirou” a não deixar o caso impune.
O caso ocorreu em um cruzamento da rua Cotegipe, no bairro Coophasul, região norte da cidade. “Era por volta das 19h (de MS) e estava levando minhas sobrinhas em casa. Nós presenciamos o motorista dando socos na esposa e depois ele chacoalhou tanto a porta do carro que entortou e nem fechava mais, ficando o carro parado ali. Eu pensei e até comentei com as meninas: se eu passar aqui na volta e ele ainda estiver agredindo a esposa, vou intervir e bater nele”, afirmou ao G1 o vendedor de 36 anos, que não será identificado pela reportagem.
Além do casal, o filho também estava no carro. “Quando passei pela mesma rua, o homem já estava fora do carro e continuava a bater nela. O menino deve ter uns 10 anos de idade e segurava o pai pela cintura, pedindo para ele parar. Eu deixei o carro ainda ligado, puxei o homem pelas costas e dei cinco socos nele. Não aguentei ver aquela cena. O menino falando: não pai, não pai. Ao mesmo tempo, a mulher indefesa e eu então disse: é você quem tem que apanhar rapaz!”, contou o vendedor.
Em seguida, segundo o denunciante, várias pessoas começaram a passar pela rua e acionaram o pelotão do bairro, localizado há algumas quadras. “Eu assisti ao programa com o tema de violência doméstica, na semana passada se não me engano. Lá eles falavam: em briga de marido e mulher, se mete sim a colher. E foi neste caso que vi que não podemos aceitar isto. Ele poderia ter matado a mulher e, após ser agredido, ainda saiu correndo a pé”, relembrou.
Casado há 12 anos, o “herói” anônimo então chegou em casa, na mesma região, contando o episódio. “Eu levei um susto e hoje fico pensando que ele correu um risco enorme. O homem poderia estar armado. Só que também acho que ele fez a coisa certo. Fiquei um tempo imaginando que esta mulher deve estar chorando sem parar, que o filho está sofrendo muito. Nós temos que falar e agir para isto acabar”, disse a esposa de 32 anos.
A reportagem entrou em contato com o pelotão e foi informada que a equipe plantonista, de domingo (11), atendeu a ocorrência. No entanto, não repassaram maiores detalhes.