Foi determinado pelo MPF (Ministério Público Federal) na noite desta segunda-feira (3) a prisão preventiva do piloto Nélio Alves de Oliveira e do copiloto Júlio César Lima Benitez, que foram presos neste domingo (2), quando tentavam fugir de caças da FAB (Força Aérea Brasileira). Estavam transportando 700 quilos de cocaína.
Em sua decisão o MPF afirmou que, Nélio faz do crime o seu meio de vida e que “a condição de réu em processo anterior não lhe serviu de aprendizado”. Ainda segundo a decisão mesmo com o cenário de pandemia, ela não deve servir para beneficiar criminosos que lesam a sociedade. A prisão dos pilotos é necessária para assegurar a aplicação da lei e manter a aplicação da lei penal e a garantia da ordem pública.
Por fim, o MPF diz que não é possível a decretação de medidas cautelares diferentes da prisão, já que a manutenção da prisão preventiva é a única forma de afastar qualquer risco provocado pela liberdade dos réus.
Foi deferido ainda pelo MPF, os pedidos de acesso aos dados contidos nos aparelhos celulares dos pilotos para apuração de dados do crime e participação em organização criminosa.
Durante interrogatório, os dois pilotos manifestaram o direito de ficarem calados. Conforme já noticiado, a FAB interceptou, em operações simultâneas, duas aeronaves classificadas como suspeitas, segundo informações de inteligência da PF, que apontavam que elas poderiam estar associadas ao tráfico de entorpecentes.
As ações envolveram quatro caças A-29 Super Tucano da FAB e um E-99, além de todo o Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro. Na primeira ação, uma aeronave monomotor, modelo EMB-720 Minuano, foi interceptada a nordeste de Campo Grande. O monomotor foi abordado por um A-29 e passou pelos procedimentos de averiguação e persuasão.
A aeronave foi escoltada até o pouso obrigatório em Rondonópolis (MT), onde a PF assumiu as ações. O piloto da aeronave foi preso em flagrante e 487 quilos de cocaína foram apreendidos.
Na segunda ação, um bimotor B-58 Baron foi interceptado a sudoeste de Campo Grande, sendo orientado a pousar em Três Lagoas. O bimotor, pilotado por Nélio e Júlio, não cumpriu as determinações dos órgãos de Defesa Aérea e evadiu-se, realizando pouso forçado em campo não preparado, localizado em Ivinhena, com cerca de 518 kg de cocaína a bordo.
Rafaat
Nélio, que já foi vice-prefeito de Ponta Porã e também presidente da câmara nos anos 80, já cumpriu pena em Assunção, no Paraguai.Também há informação de que naquela época, em 2004, Nélio integrava organização criminosa comandada por Jorge Rafaat.