Carlos Ruso (PSDB) teve o mandato de prefeito de Ladário, cidade distante 421 quilômetros de Campo Grande, cassado nesta segunda-feira.
Ele foi preso no ano passado durante operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE), que investigava o pagamentos mensais a vereadores em troca de apoio.
Além do prefeito, foram presos na operação Mensalinho o secretário municipal de Educação, Helder Botelho, e sete vereadores.
De acordo com o jornal Diário Corumbaense, na manhã de hoje, nove dos dez vereadores presentes na Câmara de Vereadores votaram pela cassação de Ruso.
O relatório da Comissão Processante, que trabalhou por mais de três meses, foi favorável às denúncias feitas pelo MPE.
A investigação apontou que o então prefeito, comandava esquema para ter apoio político dos vereadores com pagamentos mensais de até R$ 3 mil a cada um dos acusados.
Conforme o presidente da Câmara, Daniel Benzi, o próximo passo é publicar o decreto que traz a decisão da comissão. “Independente do que ocorra na esfera judicial, ele não volta mais ao cargo”, explicou Daniel Benzi ao Diário Corumbaense.
O relator da CPI, o vereador Gesiel Paiva Figueiredo, classificou o momento como difícil para a cidade.
“Nada disso teria acontecido se as partes envolvidas não tivessem participado dessa situação. Porém, cabe a nós desempenhar esse papel de decidir. Analisamos e estudamos todos os fatos até chegarmos à cassação”, declarou.
Ao Diário Corumbaense, o advogado de defesa do prefeito cassado, Elton Nasser, afirmou que já tem medida judicial ajuizada e irá ingressar com outras providências.
“No nosso entendimento houve cerceamento de defesa e houve inclusive incorreta adequação da norma ao caso concreto. Diante disso, vamos tomar medidas que o caso requer no sentido de salvaguardar os direitos do Carlos Ruso, na esfera eleitoral”.