Depois de mais de uma década de planejamento, as obras no túnel submerso mais longo do mundo começaram. Descendo até 40 metros abaixo do Mar Báltico, o túnel Fehmarnbelt ligará a Dinamarca e a Alemanha, reduzindo o tempo de viagem quando for inaugurado em 2029.
Com 18 quilômetros de extensão, o túnel é um dos maiores projetos de infraestrutura da Europa, com um orçamento de construção de mais de € 7 bilhões (US$ 8,2 bilhões).
A título de comparação, o túnel do Canal da Mancha, de 50 quilômetros ligando a Inglaterra e a França, concluído em 1993, custou o equivalente a US$ 15,5 bilhões em dinheiro de hoje. Embora mais longo que o Túnel Fehmarnbelt, o Channel Tunel (ou Túnel do Canal) foi feito usando uma máquina perfurante, em vez de imergir seções de túnel pré-construídas.
A obra será construída ao longo da Faixa de Fehmarn, um estreito entre a ilha alemã de Fehmarn e a ilha dinamarquesa de Lolland, e é projetada como uma alternativa ao atual serviço de balsa de Rødby e Puttgarden, que transporta milhões de passageiros todos os anos. A travessia atual de balsa leva 45 minutos. No túnel, serão apenas sete minutos de trem e 10 minutos de carro.
Jornada mais rápida
Com nome de Fehmarnbelt Fixed Link, ele também será o mais longo túnel rodoviário e ferroviário combinado em qualquer lugar do mundo, com duas rodovias de pista dupla (separadas por uma passagem de serviço) e dois trilhos eletrificados.
“Hoje, uma viagem de trem de Copenhague a Hamburgo demora cerca de quatro horas e meia”, explicou Jens Ole Kaslund, diretor técnico da Femern A/S, a empresa estatal dinamarquesa responsável pelo projeto. “Quando o túnel estiver concluído, a mesma viagem levará duas horas e meia. Atualmente, muita gente voa entre as duas cidades, mas no futuro será melhor só pegar o trem”, acrescentou.
A mesma viagem de carro será cerca de uma hora mais rápida do que hoje, levando-se em consideração o tempo economizado por não pegar a fila da balsa.
Segundo o executivo, além dos benefícios para trens de passageiros e carros, o túnel terá um impacto positivo em caminhões e trens de carga, já que cria uma rota terrestre entre a Suécia e a Europa Central que será 160 quilômetros mais curta do que a atual.
No momento, o tráfego entre a península escandinava e a Alemanha via Dinamarca pode usar a balsa no Fehmarnbelt ou uma rota mais longa por pontes entre as ilhas da Zelândia, Funen e a península da Jutlândia.