Delegado de MS diz que envio ocorria em transportadoras e também pelos Correios, com encomendas vindas de diversos estados. Funções eram bem divididas, segundo a polícia.
Maconha, haxixe e skank. Tudo embalado a vácuo e enviado para clientes de todo o Brasil. A negociação, segundo a polícia, ocorria por meio de um grupo fechado nas redes sociais e ocultava uma família inteira voltada para o crime.
“Pai, mãe e um casal de filhos mantinham um laboratório em casa, aqui em Campo Grande, onde armazenavam maconha, produziam haxixe e embalavam skank. Eles usavam inclusive café para tirar o cheiro e assim enviavam por transportadoras e Correios, com notas falsas de celulares e carregadores”, afirmou ao G1 o delegado Pablo Gabriel Farias, da Delegacia Especializada em Repressão ao Narcotráfico (Denar).

Família foi presa em flagrante com laboratório de drogas em casa
Os policiais estiveram no imóvel na terça-feira (6), no bairro Terra Morena e apreenderam 110 kg de droga, além máquinário para prensa, embalagem, liquidificador, balança de precisão e até ventiladores colocados para dispersar o forte cheiro e não levantar a suspeita em vizinhos, conforme a investigação.
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Delegado mostra embalagem à vácuo apreendida em transportadora de MS — Foto: Graziela Rezende/G1 MS
“Nós fomos acionados e apreendemos o pacote no último dia 31 de outubro, quando as investigações começaram. A Polícia Federal também instaurou inquérito e estava apurando. Dias depois, a mãe retornou na transportadora, com o mesmo carro, para enviar mais droga. A partir daí, descobrimos o envolvimento de toda a família, com as atividades bem divididas e, em diligências, encontramos mais 90 pacotes de droga na casa da filha do casal”, explicou Farias.
A investigação diz que, em Mato Grosso do Sul, é uma das primeiras apreensões de laboratório de haxixe em casa. Os envolvidos não possuíam antecedentes criminais, porém agora vão responder por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Questionados, Solange Neves de Araújo Valiente, de 42 anos, e o marido Roberto de Souza Valiente, da mesma idade, disseram que preferem não se pronuciar. A filha deles, Thalita Neves Valiente, de 23 anos, que foi flagrada com pacotes de droga na casa dela, ficou em silêncio.
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Materiais usado em laboratório caseiro de drogas foram apreendidos em MS — Foto: Graziela Rezende/G1 MS
Já João Roberto Neves Valiente, de 20 anos, responsável por produzir a droga, contou à polícia que vendia a grama de haxixe por R$ 4 e que a família não sabia, pois ele dizia que era para enviar “encomendas de artesanato”. Além disto, o grupo usava nomes falsos como remetente na hora do envio. Na internet, ele alegou que mantinha o grupo com o nome “João do Santo Cristo”, há 7 meses.
“Ele falou este período, mas, a investigação aponta que eles vendiam há, pelo menos, dois anos. A mãe e irmã ficavam responsáveis pelo envio e o pai dele o ajudava na produção. Todos também afirmaram ser usuários de drogas”, finalizou o delegado.