O menor marca-passo do mundo foi implantado pela primeira vez no Distrito Federal, no último domingo (24/7), em um procedimento que reduz significantemente os riscos de complicações para os pacientes.
O dispositivo é um pouco maior do que uma cápsula de remédio, com cerca de 2 centímetros de comprimento e, além de ter metade do tamanho de um marca-passo convencional, seu funcionamento não depende de fios, ficando acoplado diretamente no músculo cardíaco do paciente para corrigir erros de batimentos do órgão.
A operação para o implante do dispositivo foi realizada no Hospital do Coração do Brasil, e também foi a primeira do tipo no Centro-Oeste. Quem recebeu a nova tecnologia foi um homem idoso que já havia passado por diversos eventos cardíacos, tendo sido internado, inclusive, em estado considerado de pré-morte.
O cardiologista Márcio Neumann, cirurgião-auxiliar no procedimento, ressaltou a importância do novo método para a manutenção da vida do paciente. “Ele corria elevado risco, caso fosse implantado um marca-passo tradicional. A família entendeu que essa era a melhor opção”, explica.
O médico detalha que o paciente tinha histórico de trombose nos braços e apresentava alto risco de infecção, devido às comorbidades que possui. Se tivesse sido implantado um marca-passo convencional, ele poderia desenvolver coágulos, que aumentariam o risco de um quadro de embolia pulmonar.
O procedimento é descrito pelo médico como um sucesso. O paciente foi acordado ainda na sala da cirurgia e teve uma recuperação inicial excelente, de modo que deve receber alta do hospital em breve.
O risco de infecção de um marca-passo convencional ocorre devido a dois fatores. O primeiro é que os cabos em si são propensos a infecções, além de que, como o dispositivo fica bem próximo à pele, qualquer bactéria que penetra no local da incisão pode, rapidamente, se alojar no dispositivo.
O segundo fator é que existem pacientes que não têm veias em condições para que o marca-passo convencional seja transportado, e nesse caso, costuma-se realizar cirurgias cardíacas de risco, com o peito do paciente aberto, para inserir o aparelho diretamente no coração.
Fonte: Metropoles