O policial penal alvo do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), por ser flagrado com cocaína e celulares ‘fazendo serviço extra’ para detentos, teve a perda do cargo publicada em Diário Oficial, nesta terça-feira (2).
“Decretar a perda do cargo público de Policial Penal, ocupado por LEANDRO RAMIRES PINHEIRO, Policial Penal, lotado na Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário, do Quadro Permanente do Estado de Mato Grosso do Sul, nos termos do art. 92, inciso I, “a”, do Código Penal, em cumprimento à decisão proferida no processo judicial criminal de nº 925711-32.2024.8.12.0001, com validade a contar da data de publicação.”.
A decisão foi assinada pelo diretor-presidente, Rodrigo Rossi Maiorchini. A prisão do policial ocorreu em julho de 2024. Ele confessou na época que estava fazendo o serviço para um presidiário de nome Max.
Ganhava R$ 250 por entrega
De acordo com informações, por cada entrega, o policial penal recebia o valor de R$ 250. Ele disse que não sabia que na mochila havia drogas, já que não teria aberto. O policial disse que precisava do dinheiro para consertar seu carro.
O Setor de Operações e Inteligência do Gaeco recebeu a informação de que um policial penal estaria na posse de entorpecentes, sendo que estaria nas proximidades da UFMS, em uma motocicleta, de cor preta.
Os agentes, então, fizeram vigilância e, por volta das 17h30, flagraram e abordaram o policial penal. Com ele, estava uma mochila e dentro havia dois tabletes de cocaína, além de uma caixa com celular e carregadores.
Também foi encontrado um rolo de saco de lixo da cor azul – comumente utilizado para embalar entorpecentes – e um carregador de pistola municiado com 12 munições do calibre .40.
O policial penal acabou preso, no dia 4 de julho de 2024, e encaminhado para a delegacia. Informações são de que ele estaria lotado no CPAIG (Centro Penal Agroindustrial Gameleira) e que provavelmente a droga seria levada para o presídio.
Entrada de celulares em presídios
Esquema supostamente organizado em parceria entre presos faccionados e servidores da administração penitenciária corrompidos teriam transformado as ‘telecomunicações ilegais’ em negócio milionário nas cadeias da Agepen.
Para funcionar, o esquema aproveitaria brechas intencionalmente mantidas. Dessa forma, o acesso de empresas terceirizadas, a ‘vista grossa’ para o arremesso de pacotes para dentro dos presídios, a entrada de visitas e até mesmo de servidores que burlam revistas seriam os meios de colocar aparelhos celulares nas penitenciárias de Mato Grosso do Sul.
Portanto, não importa o tamanho da prisão, todas estariam comprometidas, mostram as inúmeras ocorrências policiais que apontam como mentores intelectuais detentos sob responsabilidade da Agepen. Isso sem falar dos constantes flagrantes de celulares e até explosivos ‘guardados’ pelos bandidos na segurança das cadeias.
Fonte: Midiamax