O Brasil está comemorando 18 anos que o primeiro medicamento genérico foi registrado. Período na qual passou por uma verdadeira revolução no consumo de medicamentos, que obteve custos muito mais acessíveis à população.
Um dos destaque desse período é a segurança no consumo, sendo que um levantamento inédito da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revela que os medicamentos genéricos em comercialização têm alto índice de aprovação em análises feitas para atestar qualidade e segurança dos produtos.
De um total de 284 lotes analisados em 2016 e 2017, 85,9% estavam em conformidade com informações do fabricante e de acordo com exigências técnicas. Como são bastante comercializados no Brasil, a quantidade de lotes de genéricos selecionados para testes no período representou 61,4% do total avaliado (462). Os dados são do Programa de Verificação de Medicamentos (Proveme), que faz a avaliação de itens que já estão no mercado farmacêutico e com registro na Anvisa.
Durante os testes, são verificados aspectos físicos e químicos dos produtos. As análises feitas nos medicamentos podem variar de acordo com a forma farmacêutica e as características do produto. As mais comuns são: análise de dosagem do princípio ativo, variação de peso, uniformidade de dose, análise de aspecto e da rotulagem, bem como sua dissolução no organismo.
Outro dado importante da Anvisa é o de crescimento de 130,1% em apenas quatro anos de novos registros de medicamentos genéricos, que passou de 146, em 2014, para 336, em 2017. No total, houve um total de 1.830 solicitações de registro deste tipo de produto, das quais 1.229 estavam de acordo com as exigências Anvisa. Outros 601 pedidos de registro foram recusados por não cumprirem os parâmetros sanitários para a produção.
Pesquisa comprova aceitação do consumidor
A possibilidade de economia sem riscos, proporcionado pelos medicamentos genéricos está fazendo com que grande parcela da população já considere essa opção na hora da compra. Os dados são resultados da pesquisa Análise do Perfil de Compra dos Shoppers em Farmácias – 2018, realizada pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (IFEPEC), em parceria com a Unicamp e com o Instituto Axxus.
Segundo a pesquisa o número de brasileiros que consideram essa opção na hora da compra é bastante expressivo, sendo que 45% dos consumidores apontara que adquiriram medicamentos predominantemente genérico, outros 55% compraram predominantemente os de marcas.
“Os genéricos já venceram uma desconfiança inicial e natural que enfrentaram no mercado e hoje já fazem parte das opções de escolhas dos consumidores, eles possuem um grande potencial competitivo por causa da economia que ele proporciona, sendo que os preços são fundamentais na escolha”, analisa Edison Tamascia, presidente da Febrafar, que encomendou a pesquisa.
Ele se refere ao fato de que a pesquisa também aponta a prioridade que o consumidor está dando ao preço em relação à marca na hora de adquirir medicamentos. Segundo a pesquisa, 33% dos consumidores, acabaram comprando produtos diferentes do objetivo inicial e metade desses clientes buscavam economia (50%).
“É importante reforçar, porém, que o cliente não está indo contra a indicação médica, mas sim buscando uma alternativa real, sendo que o genérico possui a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem que o medicamento de referência”, complementa Tamascia.
A pesquisa teve como objetivo apurar as características de compras de medicamento dos brasileiros, bem como o tipo de medicamento adquirido, o índice de intercambialidade de medicamento e os motivos que levaram a essa troca.
“Essa pesquisa comprova uma característica muito comum nos brasileiros que é não ser fiel ao produto que foi procurar em uma farmácia, ouvindo a indicação dos farmacêuticos. O principal fator de intercambialidade é o preço, demonstrando que o brasileiro se encontra mais preocupado com o bolso”, explica o presidente da Febrafar.
A pesquisa foi realizada com quatro mil consumidores de todos o Brasil que quando esses saíam das farmácias em que estiveram para efetuar a compra. A pesquisa foi realizada por 152 entrevistadores.
Fonte: Febrapar