Multa diária Santa Casa por atraso no 13º atinge mil reais

Multa diária Santa Casa por atraso no 13º atinge mil reais

Multa diária Santa Casa foi determinada pela Justiça trabalhista em decisão que atende pedido da categoria de enfermagem devido ao atraso no pagamento do 13º salário. O juiz substituto Leonardo Ely concedeu a tutela de urgência e estabeleceu prazo de 24 horas para que a administração da instituição se manifeste, no que pode acarretar aplicação de multa diária de mil reais caso não haja cumprimento ou justificativa adequada.

Multa diária Santa Casa e prazo judicial

A decisão proferida no dia 22 determinou a apresentação de posição formal da Santa Casa até o dia 24 de dezembro, sob pena de imposição de multa diária. A medida atende ação movida por profissionais da enfermagem que reivindicam o pagamento integral do 13º salário em atraso. Na prática, a determinação judicial visa pressionar a administração da unidade hospitalar a resolver o débito e evitar a ampliação da paralisação que atinge parte do atendimento.

O que pede a categoria e qual foi a resposta da instituição

Os representantes sindicais informaram que a categoria recebeu proposta de parcelamento em três vezes, com o primeiro pagamento previsto para janeiro, mas recusou a oferta. O presidente do Sintesaúde, Osmar Gussi, comunicou que não há previsão de pagamento integral e que, se a situação não for resolvida imediatamente, a categoria iniciará tratativas para deflagrar greve em janeiro.

A administração da Santa Casa alega dificuldades financeiras e fala em inadimplência, apontando para a necessidade de reajustes e aportes. No entanto, tanto a Prefeitura de Campo Grande quanto o Governo do Estado afirmam que os repasses estão em dia, o que coloca em destaque a gestão financeira da própria instituição.

Impacto na rotina e retorno parcial das equipes

Em protesto no saguão do hospital, funcionários pressionaram a direção com palavras de ordem e a presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, foi vaiada durante sua chegada. A paralisação da enfermagem prossegue, mas os sindicatos informaram um acordo temporário para retorno de 50% do efetivo, decisão que altera a estratégia inicial — prevista para 30% — e busca conciliar atendimento mínimo com a pressão por solução imediata.

De acordo com legislação sobre serviços essenciais, até 70% da equipe pode ser paralisada, mas as negociações costumam visar garantia de funcionamento de setores críticos enquanto se busca acordo trabalhista.

Risco de greve e próximas etapas

Líderes sindicais, incluindo Lázaro Santana, presidente do Siems, afirmam que a paralisação persiste até que haja confirmação do pagamento dos valores devidos. Com a decisão judicial em vigor, a Santa Casa tem pouco tempo para se manifestar e evitar a imposição formal da multa diária. Caso a multa seja aplicada, o custo acumulado tende a aumentar a pressão sobre a administração para resolver os débitos, mas também pode agravar dificuldades financeiras se não for acompanhado de medidas de gestão e aporte.

Repasses públicos e esclarecimentos oficiais

A Prefeitura de Campo Grande divulgou nota reafirmando que está em dia com todos os repasses financeiros à Santa Casa e ressaltou que, desde o início de 2025, realiza aportes extras mensais no valor de um milhão de reais. O Governo do Estado informou que já repassou mais de R$ 115,7 milhões durante 2025 para a Santa Casa de Campo Grande e esclareceu que não possui obrigação contratual de pagar o 13º dos funcionários da unidade.

A SES-MS (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul) declarou que os repasses referentes à contratualização são feitos ao município de Campo Grande e forneceu números de janeiro a outubro: R$ 90.773.147 repassados, correspondendo a média mensal de R$ 9.077.314,70. A secretaria também explicou que, em caráter extraordinário, já realizou parcelas extras para auxiliar hospitais filantrópicos no custeio.

Consequências e cenários possíveis

A imposição de multa diária visa acelerar a solução do impasse e proteger o direito dos trabalhadores, mas não resolve automaticamente a gestão financeira da instituição. Se a Santa Casa apresentar proposta concreta e cronograma de pagamento, a Justiça e os sindicatos poderão avaliar medidas alternativas ao cumprimento imediato da sanção. Caso contrário, a multa pode se acumular e a categoria pode endurecer a mobilização, inclusive com greve em janeiro.

Enquanto isso, pacientes e familiares acompanham o desenrolar das negociações, atentos ao impacto que a paralisação parcial da enfermagem pode ter na capacidade de atendimento. A decisão judicial deixa claro o caráter urgente da demanda: a instituição tem 24 horas para se manifestar, e a continuidade do impasse acende o alerta sobre a necessidade de ajustes administrativos e diálogo entre direção, poder público e trabalhadores.

Resumo: a Justiça determinou prazo curto para que a Santa Casa se manifeste sobre o atraso do 13º e fixou multa diária como mecanismo coercitivo. Sindicatos mantêm a pressão por pagamento integral e a possibilidade de greve permanece como instrumento de força caso não haja solução imediata.

Essa matéria usou como fonte uma matéria do site Midiamax