Alimentação e insuficiência cardíaca

Cuidados com a alimentação podem trazer muita qualidade de vida ao paciente com insuficiência cardíaca (IC) e podem prevenir diversas complicações. Vamos conferir?

  • Pelo gasto energético aumentado do paciente e má absorção intestinal em função da doença, é preciso aumentar em 20% as calorias, se o paciente é magro.
  • Pacientes com peso adequado devem consumir 28 calorias por quilo de peso e pacientes emagrecidos devem consumir 32 calorias por quilo de peso
  • Pacientes idosos com IC acima do peso devem emagrecer com cuidado para não perder massa muscular.
  • Os carboidratos da alimentação devem ser de baixo índice glicêmico (ricos em fibra)
  • A dieta deve ser rica em fibra (20-30g) para prevenir constipação e esforço para evacuar, bem como contribui para uma mucosa intestinal saudável, o que é importante para imunidade desses pacientes
  • A ingestão proteica para esses pacientes deve ser um pouco maior do que o normal, ficando em torno de 1,5g de proteína por quilo de peso, até 2,0g de proteína por quilo de peso em pacientes depletados/desnutridos.
  • Pacientes que tenham já desenvolvido insuficiência renal precisam de orientações mais específicas sobre as proteínas
  • Sobre as gorduras, evitar excesso de gordura saturada e procurar eliminar a gordura trans/hidrogenada, que está nas bolachas, sorvetes, produtos industrializados em geral
  • Cuidar o uso de sal, tanto do sal à mesa, quanto na hora de cozinhar, bem como o consumo dos alimentos industrializados que costumam ser ricos em sódio
  • O grau de restrição de sal/sódio depende da gravidade da IC, por isso o exame de sódio no sangue deve ser feito rotineiramente
  • Para conseguir manter uma dieta pobre em sódio é importante investir no uso de temperos naturais, deixando assim a comida mais palatável. Usar sal marinho, e o uso do sal light (a base de cloreto de potássio) deve ser evitado se a função renal do paciente já estiver comprometida
  • Consumo moderado de álcool de até 30g/dia para homens e 20g/dia para mulheres é possível, mas quanto menos melhor
  • O paciente deve comer pequenas quantidades de comida ao longo do dia, divididos de 6-8 refeições e a consistência (para mais pastosa, por exemplo) deve ser adaptada ao paciente, caso ele apresente dificuldade de mastigar, respirar ou engolir
  • Se a ingestão de comida estiver abaixo de 60% do recomendado, é indicado uso de suplementação enteral (sonda)
  • Fazer exames de vitaminas e minerais é importante para evitar carências (vitaminas do complexo B, cálcio, magnésio, ferro, zinco, vitamina C, vitamina D, A, E, taurina, coenzima Q10). Especialmente Q10 e taurina sabe-se que são importantes para o coração.
  • Usar um suplemento probiótico pode ser bastante interessante para manter bom funcionamento intestinal, uma microbiota saudável, permeabilidade intestinal saudável e boa absorção intestinal, e consequentemente a saúde e imunidade do paciente de forma geral.

Fonte: Adriana Lauffer Nutricionista Clínica