A Procuradoria da República no Paraná, por meio da Força-Tarefa da Operação Lava Jato, encaminhou à Raquel Dodge, Procuradora-Geral da República, pedido de providências cabíveis contra Gilmar Mendes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), por sua relação com réus e investigados da maior operação contra corrupção já realizada no país.
No ofício encaminhado a Dodge, a Força-Tarefa aponta ‘debilidade dos argumentos jurídicos utilizados na tentativa de forçar a prevenção do Ministro’, bem como imparcialidade de Mendes em atuar no caso, haja vista sua proximidade com um dos alvos da 60ª fase da Lava Jato, o ex-ministro e ex-senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).
Aloysio e Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, apontado nas investigações da Lava Jato como operador de propinas do PSDB e afilhado político do ex-senador, que agiu junto ao STF para garantir sua liberdade, após prisão no âmbito da operação.
A Força-Tarefa teve acesso a uma troca de mensagens e telefonemas entre Nunes e o ex-ministro Raul Jungmann, e entre o tucano e Gilmar Mendes, apenas dois dias antes do ministro deferir o Habeas Corpus que tirou Paulo Preto da prisão.
As investigações apontaram que o Aloysio Nunes foi dos beneficiários das propinas pagas pela Odebrecht ao operador tucano, que repassou ao padrinho político os recursos ilícitos.
“Há evidências de que os mais de R$ 130 milhões de reais, os quais se encontram no exterior, lavados em favor do Grupo ODEBRECHT S.A. para pagar funcionários públicos, inclusive da PETROBRAS, eram gerenciados por PAULO VIEIRA DE SOUZA em favor de políticos do PSDB”, diz trecho do documento do MPF.